Durante as últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, quando o Atlético-GO tentava um ‘milagre’ para escapar do rebaixamento, o presidente Adson Batista foi enfático em relação a alguns assuntos durante suas entrevistas coletivas. Um deles é a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que passou a ser modelo de gestão em alguns clubes do Brasil como Red Bull Bragantino, Vasco, Botafogo, Cruzeiro e mais recentemente o Bahia.

O dirigente chegou a apontá-la como solução para clubes emergentes do futebol brasileiro como Atlético-GO e reforçou o ponto de vista à Sagres.

“É muito difícil ir para um Campeonato Brasileiro com clubes com 1 bilhão de reais, 800 milhões de reais e você ir com um orçamento muito pequeno. Não tem como ousar muito. Infelizmente o futebol é caro demais. A minha vontade é que (o futebol) fosse mais na capacidade de montar boas equipes e não só no dinheiro. Infelizmente o dinheiro fala mais alto e eu acho que a SAF seria importante nesse sentido”, analisou.

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Ele também revelou que o rubro-negro chegou a receber sondagens de alguns investidores, mas as negociações não avançaram. “Tem que ser um grupo sério, que tenha envergadura financeira e faça o clube mudar de patamar, pra gente ficar por fora acompanhando e fiscalizando”, afirmou.

Segundo Adson Batista o Atlético-GO tem algumas peculiaridades em relação a outras equipes que aderiram ao modelo ‘clube empresa’, principalmente na questão financeira. Recentemente o Dragão quitou todas as suas dívidas trabalhistas e após renegociar o Profut, também almeja zerar suas dívidas fiscais. Esses fatores somados ao desejo da diretoria de não negociar mais da metade de suas ações dificultam as conversas com possíveis investidores.

“O Atlético-GO não vai envolver patrimônio, ele é intocável. Segundo que o Atlético-GO não tem dívidas e os clubes que se tornaram SAF tinham muitas dívidas. Então é preciso fazer uma coisa racional até que possa conquistar a todos aqui (no clube), vir para cá e mostrar que tem condição. No futuro pode até ter um espaço maior dentro do clube, mas o começo tem que ser de conhecimento. Essa é a nossa visão para que se faça algo bom para o clube e não seja um problema no futuro”, explicou o presidente atleticano.

No entanto, apesar de classificar a SAF como “solução” e de já ter preparado o clube para esse modelo de gestão -documentalmente falando-, Adson não se vê no Atlético-GO quando ele for implementado.

“Não, é muito difícil. Mesmo porque daqui a pouco a gente vai precisar de pessoas com uma visão diferente, até para fazer uma avaliação. Hoje, da forma como está desenhado, é muito difícil mudar de patamar. É preciso buscar alternativas e eu espero que no futuro a gente tenha essas condições”, disse o dirigente.

Ele também comentou as declarações que deu em setembro após derrota do Atlético-GO para o Internacional no Antônio Accioly. Na ocasião ele foi criticado por torcedores pela situação do rubro-negro no Campeonato Brasileiro, que estava na zona de rebaixamento e caminhando para o descenso que posteriormente foi confirmado. Na ocasião ele chegou a considerar que deixaria o Dragão após devolver o time para a Série A novamente.

Em entrevista à Sagres, ele ponderou e amenizou o tom utilizado há quase três meses. Porém, admitiu amadurecer a ideia de deixar a diretoria do clube goiano nos próximos anos.

“Um dia essa hora vai chegar. Não vale a pena, é muito difícil fazer futebol, você deixa família em segundo plano porque é preciso vir aqui (no clube) todos os dias. A responsabilidade é muito grande e o torcedor não entende isso, quer ganhar sempre”, finalizou Adson Batista.