No ano em que lamenta o descenso para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Atlético-GO comemora uma conquista importante. O clube conseguiu, neste mês de novembro, quitar todo o seu passivo trabalhista que girava em torno de R$ 15 milhões relativo, à 58 processos reunidos nos últimos oito anos.

Em entrevista à Sagres, Paulo Henrique Pinheiro, advogado do clube rubro-negro, afirmou que “um dos grandes gargalos de qualquer clube de futebol é seu passivo trabalhista” e explicou como a instituição conseguiu eliminar todas as dívidas que acumulava nesse sentido.

“O Atlético-GO avançou bastante na medida que conseguiu aqui no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) unificar todas as suas execuções trabalhistas no Plano Especial de Pagamento Trabalhista (PEPT). Isso fez com que o clube conseguisse destinar um determinado valor de sua receita para esse plano, passasse a negociar com todos os seus credores e evitou que houvesse qualquer tipo de bloqueio em suas receitas”, detalhou.

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O advogado celebrou o sucesso nas negociações com os credores e lembrou que estar saneado será importante para o Dragão, que irá disputar a segunda divisão nacional na próxima temporada e teve uma queda brusca em suas receitas.

“O Atlético-GO inaugura, dentro dos clubes que estão em franca evolução, uma nova era do futebol brasileiro porque agora consegue sanear um passivo que até então era alto e vai disputar a Série B sem se preocupar em quitar débitos nesse sentido. É uma grande vitória de toda a diretoria do clube”, afirmou Paulo Henrique Pinheiro.

À Sagres, o presidente Adson Batista valorizou a conquista e enfatizou que poucas equipes no futebol brasileiro conseguem hoje ter ‘dívida zero’ no âmbito trabalhista.

“É um feito inédito. O Atlético-GO é hoje um dos poucos clubes do Brasil que não tem dívidas, isso marca o nosso legado. Nós entramos aqui um clube totalmente sem estrutura, com dívidas até na ‘alma’, porque as pessoas nunca preocuparam em recolher impostos. Hoje é um clube totalmente saneado, com responsabilidade e honestidade. Estou com muito orgulho de ter conseguido atingir essa meta”, destacou o dirigente.

Paulo Henrique Pinheiro, Adson Batista e Marcos Egídio no Gabinete do Presidente em visita ao TRT-18 (Foto: Reprodução/Site TRT-18)

Por fim, Paulo Henrique Pinheiro pontua os aspectos que ajudaram o Atlético-GO a quitar uma dívida milionária, sendo um clube emergente, em menos de uma década.

“O clube conseguiu fazer a quitação de todos (os passivos) e o mais importante, evitar que um novo passivo fosse gerado. Tudo isso através de suas práticas de gestões internas, com uma boa governança e regras de compliance, treinamentos e diálogo diário entre os departamentos jurídico e administrativo e a área contábil do clube”, finalizou.