Os três anos consecutivos disputando a Série A do Campeonato Brasileiro permitem ao Atlético-GO ter uma reserva financeira mesmo com o rebaixamento para a segunda divisão. Tanto que em entrevista à Sagres, o presidente Adson Batista garantiu que o clube terá uma das maiores folhas salarias da Série B em 2023.

“Nós fizemos um caixa para ter uma segurança, porém é um caixa tímido porque não estou fazendo conta com (cota) de TV, até agora não tem essa renovação. Precisamos fazer planejamento em cima do que temos. O Atlético-GO vai ser um dos clubes da Série B que vão ter uma folha de pagamento bastante interessante pelo perfil financeiro da competição. Nós vamos manter alguns jogadores e eles têm salário de Série A, então vamos ter que trabalhar em cima disso”, explicou o dirigente.

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Vale lembrar que o contrato da TV Globo com a competição se encerrou na última temporada e ainda não há uma expectativa de renovação. O principal entrave é o valor oferecido pela emissora aos clubes, uma quantia bem inferior ao pago nas últimas temporadas. Tudo porque a Globo não faz mais questão de exclusividade e disse ter interesse em alguns jogos do torneio. Por isso os clubes aguardam propostas de outras emissoras.

Com a receita reduzida, a diretoria atleticana sabe que erros não serão permitidos na hora de montar o elenco para que o clube não fique mais de um ano na Série B.

“Hoje ainda não consigo dimensionar o orçamento total porque ainda estamos fechando alguns processos e patrocínios, mas eu não posso cometer nenhum erro profundo. Vamos ter uma folha equilibrada no nível Série B, sem extravagância, mas dentro de um objetivo de tentar voltar para a Série A que é o nosso maior sonho esse ano”, destacou Adson Batista.

Entretanto, apesar de ter um orçamento que será superior a maioria dos times que irá disputar a segunda divisão nacional na próxima temporada, o presidente do Dragão prega cautela com favoritismo. Segundo ele o time terá que provar dentro de campo que chega forte para buscar uma vaga no G4.

“Se ficar com essa conversa de que vai subir, vai ser campeão, daqui a pouco não chega nem entre os quatro. Nós temos que levar muito a série a competição e respeitar os adversários porque são times muito iguais, nós vamos disputar com equipes que tem envergadura financeira e passado. É um competição que você não pode ‘se achar'”, afirmou.

Adson Batista reforçou a importância, para o futuro do clube, de não permanecer mais do que uma temporada na Série B. Por isso ele não quer prometer que o Atlético-GO brigará pelo título e que voltar para a Série A é o grande objetivo do clube em 2023.

“Eu quero subir de divisão, título é consequência. Vamos ver os times, ainda está muito longe. Até porque as vezes tem equipe que não tem muito poder de investimento mas sabe montar um time competitivo. Eu não gosto de prometer nada, quero prometer um time competitivo que honre a camisa do Atlético-GO e dê orgulho para o torcedor, daí as coisas naturalmente vão acontecer”, ressaltou o dirigente.

E diferente de anos anteriores, agora o presidente precisa mudar o planejamento e se adequar às necessidades da Série B. Na visão dele, encontrar atletas com o perfil do campeonato será o grande obstáculo na montagem do elenco.

“O maior desafio é buscar jogadores com as características da competição. Nós vamos ter uma base, que é boa, mas que vai ter que se adaptar ao campeonato. Muitos jogadores que às vezes estão em uma Série A, na Série B não rende o que é esperado, mas acho que vamos conseguir ter um time competitivo. Estamos trabalhando para que tenhamos equilíbrio em todos os setores. Vamos ter saídas, mas há confiança de que vamos ter uma equipe que permita o Atlético-GO a continuar jogando em alto nível e buscar seus objetivos em 2023”, concluiu Adson.