A tragédia no Rio Grande do Sul além de provocar mortes, deixar desabrigados, entre outros fatores sociais locais, também resultou em consequências indiretas para outras regiões do país, por exemplo, uma possível elevação no preço do arroz. O estado do RS responde por 70% da produção nacional.

As perdas na lavoura, em armazéns alagados e, principalmente, a dificuldade logística para escoar o produto, com rodovias interditadas, poderia criar uma situação de desabastecimento, elevando os preços no comércio.

Em entrevista ao programa Bom dia Ministro, com a participação do Sistema Sagres, nesta quarta-feira (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o teor da medida provisória para viabilizar a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz depende do preço do produto no exterior.

“Agora, com essa calamidade, a gente tem que fazer um balanço do que vai acontecer e quanto estará o preço Internacional e regular o mercado se possível pela importação”, destacou.

O governo anunciou nesta terça-feira (8) que a compra do produto no mercado externo seria feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Haddad relatou que Ministério da Agricultura analisa a disponibilidade do produto no plano internacional. Ele argumentou que recentemente a Índia havia suspendido exportações de arroz, e o país é um dos maiores produtores do mundo.

Seca

O ministro lembrou que no ano passado, o Rio Grande do Sul sofreu com extrema seca. Esse fator também contribuiu para aumentar o preço do arroz.

“Antes dessa calamidade os preços que tinham aumentado muito em virtude da safra que estava sendo colhida começaram a cair, então eles bateram há mais de 30 reais (pacote de 5 kg ). O preço do arroz no supermercado que já tinha gente comprando a 23, 24 reais e expectativa de queda.

Policulturas

Fernando Haddad argumentou que pensando no futuro, a ideia é de se incluir no Plano Safra, propostas para diversificar a produção de culturas. A ideia é evitar que determinada localidade concentre grande parte de determinada produção, por exemplo, o Rio Grande do Sul, com o arroz.

“Então, em vez do Estado produzir só arroz e milho, ele vai ampliar um pouco o seu cardápio de culturas. Se todos os estados ampliarem um pouco o cardápio de cultura saírem da monocultura e ampliar um pouco o cardápio de produção de alimentos, se aconteceu um problema num estado, a produção de outros compensa”, finalizou.

*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 02 – Fome Zero e Agricultura Sustentável; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudanças Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

Leia também

Haddad diz que Goiás melhorou situação fiscal, mas impasse sobre RRF continua