Sagres em OFF
Rubens Salomão

Após nove dias, Arthur Lira quebra silêncio e garante ‘confiar’ no sistema eleitoral

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), rompeu o silêncio de 9 dias sobre as mais recentes declarações golpistas de Jair Bolsonaro (PL) e disse confiar no sistema eleitoral brasileiro. A declaração foi dada ao lado de Bolsonaro, durante a convenção nacional do PP que declarou apoio à sua reeleição. O presidente se reuniu, na semana passada, com embaixadores de vários países para questionar a legitimidade das urnas eletrônicas.

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“A Câmara dos Deputados fala quando é necessário falar, não quando querem obrigá-la a falar. Eu dei mais de 20 mensagens mundo afora e internas no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e de eleições transparentes e confio no sistema eleitoral”, disse Lira. “Instituições no Brasil são fortes, são perenes e não são e nunca serão redes sociais. Não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil. Não farão isso com a Câmara dos Deputados enquanto eu for presidente”, completou.

Enquanto o parlamentar discursava, uma mulher na plateia gritava “urnas auditáveis”. Políticos, empresários e representantes da sociedade civil se manifestaram, ainda na semana passada, contra as declarações de Bolsonaro. A Federação Brasileira de Bancos, por exemplo, foi a mais recente a anunciar que vai assinar um manifesto organizado por entidades da sociedade civil em defesa da democracia. A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) deve aderir.

Foto: Arthur Lira e Jair Bolsonaro após entrega da medida provisória da privatização da Eletrobrás. (Crédito: Divulgação)

Silêncio

Arthur Lira, que é o principal aliado do Palácio do Planalto no Congresso Nacional, não havia dado nenhuma declaração ontem. Ele vinha sendo cobrado a sair em defesa do sistema eleitoral e até aceitar algum dos tantos de pedidos de impeachment apresentados contra Bolsonaro.

Memória

Bolsonaro convidou dezenas de embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para repetir teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas, desacreditar o sistema eleitoral, promover novas ameaças golpistas e atacar ministros do Supremo Tribunal Federal.

Foto: General Luis Carlos Gomes Mattos em sessão do Superior Tribunal Militra. (Crédito: STM/Divulgação)

Divisão de tarefas

O general de Exército Luis Carlos Gomes Mattos afirmou ontem que a condução das eleições é de responsabilidade da Justiça Eleitoral, e não das Forças Armadas. A declaração foi dada no último dia de Gomes Mattos como presidente do Superior Tribunal Militar (STM).

Missões

“A Justiça Eleitoral é responsável pelo funcionamento real daquilo [eleições]. Nossa missão é diferente. Não temos que nos envolver em nada. Nós temos que garantir que o processo seja legítimo, essa é a missão das Forças Armadas”, afirmou a jornalistas após a sua cerimônia de despedida, na sede do STM.

Credibilidade

“Nós vamos atuar dentro daquilo que está previsto para garantir que o processo seja legítimo e ao final tenha o respaldo popular”, afirmou. Mattos deixa o tribunal devido à aposentadoria compulsória, com 75 anos. A presidência do STM passa a ser ocupada pelo general de Exército Lúcio Mário de Barros Góes.

Esquerda

O PCB Goiás realiza convenção estadual no fim da tarde desta quinta-feira (27), no Setor Central, em Goiânia, para confirmar o nome da professora Helga Martins como candidata ao governo de Goiás. Indicações para vice e Senado também serão definidos, assim como as chapas de deputados estadual e federal.

Divisão

Assim, a esquerda oficializa ampla divisão de forças, depois do naufrágio da ideia de unidade. Além do PCB, lançam candidaturas solo o Unidade Popular (UP), com o professor Reinaldo Pantaleão, e o PSOL, com a professora Cíntia Dias.

Foto: Manifestação contra o presidente Bolsonaro, no vão livre do Masp, em São Paulo. (Crédito: Divulgação)

A propósito

Os movimentos sociais de esquerda que organizaram atos nacionais contra Jair Bolsonaro (PL) nos últimos anos decidiram passar para 11 de agosto a retomada das manifestações de rua. Inicialmente, a data seria 6 de agosto.

Contraponto

A mudança foi decidida para coincidir com a data de divulgação de manifestos contra os ataques que Bolsonaro tem feito às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. A segunda data de mobilizações nacionais de rua, 10 de setembro, segue mantida.

Receita

O deputado federal Major Vitor Hugo (PL) criticou a participação do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (Patriota) durante o programa Headline, da Jovem Pan News, em rede nacional. O pré-candidato não soube responder sobre a arrecadação do estado, que tem estimativa de R$ 39 bilhões neste ano, segundo a LOA.

Ataque

“Triste alguém se expor e envergonhar os goianos assim. Os políticos profissionais não estão preocupados com o futuro dos nossos filhos. É a busca do poder pelo poder”, escreveu nas redes sociais.

Disputa interna

Major Vitor Hugo e Gustavo Mendanha são pré-candidatos a governador e disputam voto no setor do eleitorado identificado com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas últimas semanas, Vitor Hugo, inclusive, reduziu postagem em ataque ao governador Ronaldo Caiado e tem Marconi Perillo (PSDB) e Mendanha como alvos preferenciais pelas redes.

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