Tendo em vista a decisão de paralisar o Campeonato Goiano desta temporada na última terça-feira (17), a Federação Goiana de Futebol (FGF) se reuniu nesta manhã com representantes dos clubes da primeira divisão. Em entrevista ao repórter André Rodrigues, da Sagres 730, alguns dirigentes manifestaram pessimismo sobre um eventual retorno da competição, diante da ameaça de contágio do novo coronavírus.

Elvis Mendes, presidente da Aparecidense, afirmou que a reunião serviu “mais realmente para conscientizar os presidentes dos clubes e o pensamento da federação goiana e da CBF. Particularmente, representando a Aparecidense, defendia que o campeonato continuasse com os portões fechados pelo menos até domingo para terminar as duas rodadas e definir os dois rebaixados e os oito classificados”.

“Mas já que não foi possível, porque realmente o coronavírus tem avançado muito, respeito a federação goiana, que foi muito humanitária, e a Aparecidense comunga dessa ideia. Temos que pensar primeiramente em salvar vidas e defender os jogadores, então o campeonato está paralisado por tempo indeterminado e vamos esperar daqui 60 ou 90 dias, não se sabe até quando o vírus perdurar. A minha opinião é que o campeonato foi encerrado hoje e acho que não volta”, completou.

Acerca do procedimento com os atletas, Elvis ressaltou que “a Aparecidense não tem segundo semestre, então os jogadores têm contrato até o final de abril. Vamos nos reunir com o departamento jurídico do clube, ver o que pode ser feito e provavelmente fazer um acordo e dispensar esses jogadores para que eles possam voltar para casa, porque muitos são de fora. Temos que trabalhar tranquilamente e tomar a melhor decisão para o clubes e os jogadores, porque todos são pais de família e temos que pensar neles também”.

Foto: André Rodrigues – Sagres Online

Diretor financeiro do Goiânia, Ebraim Arantes frisou que “tivemos uma reunião produtiva, onde a maioria dos dirigentes procuraram olhar para o conjunto. O Campeonato Goiano, e concordo com o Elvis, acho que realmente acabou esse ano. Vamos ter que equacionar o que fazer, porque assim como o Atlético hoje seria o virtual campeão porque está na frente, o Goiânia, que está a um ponto da zona de rebaixamento, ainda pode ser campeão, como Vila Nova ou Aparecidense ainda podem ser rebaixados”.

Sobre a liberação dos seus jogadores, o dirigente destacou que “vamos ver quem vai e quem quer ficar no Goiânia, são muitos jogadores que já têm contrato até o final do ano, porque temos a competição nacional (Série D). Aqueles que estão com contrato findando no final do campeonato e que temos interesse que continuem, vamos procurar manter acesa essa chama para que o trabalho deles não pare e vamos torcer para que isso seja momentâneo, por 30 ou 45 dias somente, e que a vida continue”.

“O momento é de dificuldade, triste e ruim, mas não só para o futebol, e sim para todos os setores. A economia mundial está em frangalhos e não será a economia do futebol que vai se dar bem. Entendemos que o momento é de união e de uma reunião produtiva igual essa na federação, com entendimento e boa vontade para resolver. Não tem um culpado, temos um inimigo invisível que está solto atordoando todos os setores. Mas a vida segue, estamos vivos e bem, e é tocar nessa linha, não temos outro caminho a fazer”, acrescentou.