Um artigo recente questiona a viabilidade de canudos alternativos, especialmente canudos feitos de papel e bambu. De acordo com o estudo, ambas as opções contêm substâncias poli e perfluoroalquílicas (PFAS), também conhecidas como “produtos químicos de persistência”. Conforme o Silent Spring Institute, é um tipo de produto químico que as empresas adicionam a uma variedade de produtos de consumo para torná-los antiaderentes, à prova d’água e resistentes a manchas.
Estas substâncias não se decompõem no ambiente natural, e outros estudos associaram o PFAS a uma variedade de problemas de saúde. Por exemplo, tem sido associada a uma série de problemas de saúde, incluindo má resposta às vacinas, perda de peso à nascença, doenças da tiroide, colesterol elevado, danos no fígado, cancro renal e cancro testicular.
O artigo, publicado na revista Food Additives and Contaminants na última semana, traz os resultados de um estudo realizado pela Universidade de Antuérpia, na Bélgica, que analisou 39 marcas de papel, bambu, vidro, aço inoxidável e canudos plásticos na Europa e na Ásia.
Das 20 marcas de toalhas de papel testadas, 18 continham PFA. Quatro em cada cinco marcas de canudos de bambu contêm PFA. Quatro em cada quatro marcas de plástico contêm PFA. Duas em cada cinco marcas de vidro possuem PFA. Canudos de aço inoxidável foram o único material não encontrado. Cinco marcas foram testadas.
Plástico
Apesar das evidências negativas para canudos alternativos, também está claro que o plástico não é a resposta. Além do PFA encontrado nos canudos plásticos de todas as marcas testadas, esse material pode levar até 200 anos para se decompor e ainda existe o risco de se transformar em microplásticos no processo.
Outro ponto importante é que os pesquisadores demonstraram que as concentrações de PFAS são baixas. Dado que estas palhinhas não são utilizadas com muita frequência, podem, na verdade, representar um risco limitado para a saúde humana. O PFAS mais comum, o ácido perfluorooctanóico (PFOA), foi proibido globalmente desde 2020. Também foram detectados ácido trifluoroacético (TFA) e ácido trifluorometanossulfônico (TFMS), que são solúveis em água e podem ser lixiviados dos canudos para a água potável.
Os pesquisadores não conseguiram identificar exatamente por que essa substância estava presente nos canudos analisados, mas levantaram duas hipóteses. Pode ser que tenha sido adicionado PFA para tornar a palha impermeável, ou pode ter sido contaminada porque foi utilizado papel reciclado no processo de produção de canudos, porque a substância vem em embalagens.
Às vezes, canudos descartáveis podem ser necessários em ambientes hospitalares ou para pessoas com certas deficiências. Se esse não é seu caso, considere abandonar o canudo e beber direto do copo. Os canudos causam um enorme impacto no meio ambiente segundos após o uso. Deixá-los de lado é provavelmente a alternativa mais fácil e eficaz. “Não detectamos nenhum PFAS em canudos de aço inoxidável, então aconselho os consumidores a usarem esse tipo de canudo – ou simplesmente evitarem o uso de canudos”, diz o pesquisador Dr. Thimo Groffen, envolvido no estudo.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem Estar; ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis
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