Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Artista goiano mistura grafite e literatura em suas obras

O artista goiano William Trapo une duas formas de expressão poderosas: o grafite e a literatura. Influenciado pelo rap dos anos 90 e início dos anos 2000, ele encontrou na palavra escrita um meio de comunicação tão forte quanto a música.

“Eu queria ser rapper, mas a música não era muito a minha praia e percebi que dava para fazer literatura”, conta. A trajetória como leitor começou de forma pouco convencional: lendo letras de rap, copiando e reescrevendo para entender melhor o significado das palavras.

Nesse sentido, com o tempo, esse processo levou à experimentação artística, incorporando elementos visuais ao seu trabalho. “Sempre pensei a palavra como um desenho. O jeito que escrevo interfere em como as pessoas vão ler”, explica.

Do grafite às páginas de um livro

O livro Temporais, uma das obras de Trapo, reflete essa intersecção entre a literatura e o grafite, trazendo imagens e palavras que se complementam. De acordo com ele, a arte é uma experiência sensorial, e cada detalhe pode alterar a forma como a mensagem é percebida.

“Se eu faço uma coisa preta e branca, eu vou ter uma sensação; se eu encho de cor, eu vou ter outra”, comenta. A rua, espaço democrático e acessível, torna-se um palco fundamental para sua arte.

Trapo acredita que expor a palavra nos muros das cidades pode quebrar barreiras e aproximar o público da literatura. “Não é toda pessoa que enxerga a literatura como algo acessível, acha que livro é coisa de quem lê muito. Mas todo mundo já escreveu alguma coisa, mesmo que seja um rabisco no fim do caderno”, argumenta.

Arte como crítica e reflexão

Além disso, o trabalho de William Trapo também se posiciona dentro do debate social. Ele vê a arte como um meio poderoso para questionar e provocar reflexões.

“A arte tem uma potência incrível de quebrar expectativas. Ela pode trazer um assunto de forma impactante ou com mais calma, dependendo da abordagem”, diz.

Vindo do rap, ele carrega consigo a influência da cultura hip-hop e o desejo de abrir espaço para outras vozes. “Minha escola é essa, de aproveitar as oportunidades para ganhar espaço e trazer mais gente junto”, afirma.

Novos projetos

Com uma produção constante de telas, textos e ilustrações, Trapo segue criando e experimentando. “A arte é terapêutica para mim. Estou sempre rabiscando, lendo, escrevendo”, revela.

Sobre novos livros, ele afirma que ideias estão sempre surgindo, ainda que sem previsão de lançamento. Para conhecer mais sobre sua arte ou adquirir Temporais, os interessados podem entrar em contato pelo Instagram @pardim.indigesto ou procurar por William Trapo na plataforma.

A mistura de grafite e literatura que Trapo traz em seu trabalho reforça que a arte não tem barreiras e que a palavra pode estar em todos os lugares—nos livros, nas ruas, nos muros e, principalmente, dentro de cada um.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade

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