Michelle Bachelet disse que se sentia honrada com o convite do secretário-geral (Foto: ONU/Jean-Marc Ferre)

A Assembleia Geral confirmou a indicação do nome da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, para ocupar o posto de alta comissária para direitos humanos, nas Nações Unidas. 

Num vídeo gravado em sua conta no Twitter, Michelle Bachelet, agradeceu o apoio recebido para a confirmação de seu nome.

Igualdade

Ela disse que se sentia honrada com o convite do secretário-geral, António Guterres, para ocupar o cargo. Esta é a segunda vez que Bachelet serve à ONU. Ela foi a primeira diretora-executiva da entidade ONU Mulheres, que promove a igualdade de gênero, autonomia e os direitos das mulheres no mundo.

Logo após a confirmação pela Assembleia Geral, António Guterres falou a jornalistas e destacou o que chamou de “pioneirismo” na carreira de Bachelet.

O chefe da ONU lembrou que a próxima alta comissária de direitos humanos foi a primeira mulher a presidir o Chile, de 2006 a 2010. Ela foi também foi pioneira na ONU dando à entidade ONU Mulheres um começo dinâmico e inspirador, em 2010.

Coragem

Guterres agradeceu ao atual chefe dos direitos humanos, Zeid Al Hussein, da Jordânia, pela dedicação e compromisso com a ONU.  Ele disse que Zeid era um colega e um amigo que demonstrou coragem, paixão, liderança e habilidades nos quatro anos em que esteve no posto

Michelle Bachelet deve assumir o novo cargo, com sede em Genebra, na Suíça, em 1º de setembro. Em março, ela deixou a Presidência do Chile, que ocupou pela segunda vez de 2014 a 2018.

Médica de formação, Bachelet também foi ministra da Saúde em seu país e a primeira mulher a ocupar a pasta da Defesa.

Relembre a entrevista da então diretora-executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, à ONU News. 

Exílio

Ela é conhecida por ser uma campeã dos direitos humanos. Na década de 70, Michelle Bachelet foi presa pelo regime militar. O pai dela, que é era general da Força Aérea chilena, foi preso e morreu sob custódia militar. Ela e a mãe passaram vários anos no exílio até retornarem ao Chile em 1979.

António Guterres afirmou que a ex-presidente é também uma sobrevivente do que chamou de “brutalidade das autoridades” da época da ditadura.

Segundo ele, não havia melhor escolha que Bachelet para o posto. E ressaltou que ela assumirá o cargo no mesmo ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa o septuagésimo aniversário.

Guterres encerrou dizendo que Michelle Bachelet conhece as responsabilidades da liderança em níveis nacional e global. Para ele, neste momento de desafios para os direitos humanos, a ONU precisa de uma pessoa que possa assegurar a integridade e os mecanismos indispensáveis de direitos humanos, das Nações Unidas.