Atletas que venceram o câncer e a importância da atividade física

No dia 8 de abril acontece o Dia Mundial de Combate ao Câncer, data que tem como objetivo chamar a atenção de líderes políticos e de toda a sociedade para o crescimento dos índices da doença, que, segundo o IBGE, vem crescendo continuamente nas duas últimas décadas.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, cerca de 80% a 90% de todos os casos da doença estão associados a fatores externos, sendo alguns deles bem conhecidos, como o tabagismo, exposição excessiva ao sol, hábitos alimentares, alcoolismo, medicamentos e sedentarismo.

Após dois anos de pandemia, foi possível perceber um aumento preocupante da taxa de sedentarismo, que pode impactar em diversos problemas de saúde, como dores pelo corpo, e até mesmo contribuir no aparecimento do câncer.

O esporte é cheio de momentos de superação, muitos deles, fora dos campos, quadras e pistas. Diversos atletas, entre jogadores de futebol, futebol americano, vôlei e atletismo já foram surpreendidos pelo câncer e precisaram se ausentar do esporte para um tratamento longo e delicado. 

Um dos casos mais emblemáticos é o do running back da NFL, James Conner, que atualmente é atleta do Arizona Cardinals. Em 2015 ele foi diagnosticado com um câncer raro de estágio 2, com um tumor ao redor do coração, quando ainda era jogador da Universidade de Pittsburgh. Na ocasião, Conner chegou a ouvir de seu médico que tinha apenas mais uma semana de vida.

James Conner durante seu tratamento contra o câncer. Chegou a ouvir dos médicos que só teria mais uma semana de vida. Foto: Getty Images.

Assim que foi feito o diagnóstico o jogador começou a fazer a quimioterapia para tratar o tumor, mas apesar da árdua batalha contra a doença, o jogador falou que a parte mais difícil foi contar o diagnóstico para sua família.

Apesar de ser um caminho árduo, Conner seguiu em frente e não descansou até receber a notícia de que estava curado e poderia voltar a jogar. “Foi o melhor dia da minha vida. É o que eu mais gosto de fazer, poder voltar treinar era algo que eu esperava muito”, afirmou.

Recuperado do câncer em 2016, o jogador voltou a campo pela universidade e correu para 1.092 jardas e 16 touchdowns. Esse retorno quase milagroso convenceu o Pittsburg Steelers a selecionar o jogador na terceira rodada do Draft de 2017.

Outro exemplo notável é o da ex-atleta jamaicana Novlene Williams-Mills, que é uma das grandes atletas do esporte mais tradicional da ilha do Caribe. O atletismo.

Velocista jamaicana Novlene Willians-Mills foi medalhista em Londres 2012, mesmo após receber diagnóstico de câncer de mama. Foto: Getty Images.

Williams-Mills é uma das maiores velocistas da Jamaica. Grande nome do revezamento 4x100m rasos da Jamaica. Ela ganhou medalhas em nas Olimpíadas de 2004, 2008, 2012 e 2016, além de ter ido ao pódio nos campeonatos mundiais de 2005, 2007, 2009, 2011 e 2015.

O único ano que ela passou em branco foi 2013, justamente por conta da luta contra um câncer de mama. Naquele ano, a atleta revelou que já havia sido diagnosticada com a doença desde 2012, antes dos Jogos Olímpicos. Ela afirmou que participou da Olimpíada, mesmo com a doença, para estimular todos os sobreviventes de câncer ao redor do mundo.

Em março de 2011, o então titular do Barcelona na lateral-esquerda, o francês Eric Abidal, descobriu um tumor do fígado. Ele passou por um procedimento cirúrgico e voltou a jogar em maio daquele ano. Após um ano, descobriu novo câncer e precisou fazer um transplante de fígado. Voltou a jogar somente em abril de 2013, um ano depois. Sua reestreia nos gramados foi emocionante.

Titular do Barcelona, francês Eric Abidal precisou de transplante para tratar um câncer no fígado. Foto: Getty Images.

A jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei, Natalia teve câncer ósseo, com um tumor na tíbia em 2011.  Dez meses após a cirurgia, voltou às quadras. Voltou a sentir dores no final do ano e foi novamente operada. Depois de superar o câncer foi convocada para a Olimpíada de 2012 e conquistou o ouro.

Após superar a doença, Natália foi campeã olímpica com a Seleção Brasileira de Vôlei. Foto: Getty Images.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 47% dos brasileiros adultos não chegam a praticar os níveis de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto o periódico científico Cadernos de Saúde Pública indica que 72,5% das pessoas diagnosticadas com câncer no Brasil relataram possuir uma vida sedentária.

Mas esses números podem ser facilmente revertidos. Pesquisas indicam que uma caminhada rápida, de 45 minutos ao dia – totalizando cinco horas de exercícios moderados por semana – podem reduzir o risco de câncer, além de ter um impacto positivo na qualidade de vida da população geral, prevenindo ainda uma série de outras doenças.

A atividade física contribui para o desenvolvimento do cidadão, seja no seu caráter físico, como psicológico. O câncer é uma doença que pode atingir qualquer pessoa. Até mesmo os atletas, que possuem um estilo de vida saudável, com exercícios e alimentação balanceada, estão suscetíveis a encarar a luta contra a doença.

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