Nesta semana foi criada a Liga Nacional de Clubes. Me parece um caminho sem volta, mas que até sua formatação final vai viver muitos debates e críticas. A raiz tem o Flamengo e os cinco clubes de São Paulo que estão na Série A do Brasileirão – Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e Red Bull Bragantino.

Vários outros clubes foram convidados a assinar o estatuto apresentado em uma reunião em São Paulo. Cruzeiro e Ponte Preta aceitaram, o restante disse não. Entre eles os representantes goianos no encontro que foram Atlético e Goiás.

Dinheiro é o primeiro grande problema e será certamente durante todo o tempo, como foi desde que os direitos de televisão passaram a ser a grande fatia da arrecadação dos clubes de futebol. Mais para frente, além da divisão de cotas vai existir confusão por outros motivos. Clubes de futebol são rivais… sempre vai existir disputa.

Os clubes intermediários estão certos em lutar por uma divisão igualitária da maior parte dos recursos oriundos da televisão. É uma pauta antiga e que só pode ter um final diferente com a criação de uma Liga. Se a TV continuar negociando de forma direta, os maiores sempre vão levar mais.

Os clubes considerados gigantes (Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo) não querem uma divisão mais justa. Querem continuar com o maior pedaço do bolo e tem a seu favor o fato de possuírem mais apelo e consequentemente mais audiência. É raro você acompanhar para todo o Brasil uma transmissão sem alguma dessas equipes.

Se eles baterem o pé, vão conseguir daqui a pouco mais parceiros, já que a união no futebol brasileiro vai até a página dois. Não existe a possibilidade de uma competição sem Flamengo e Corinthians no Brasil, que seja muito rentável.

Só que também não existe uma Liga apenas com seis, oito ou dez clubes. A própria CBF não vai abrir mão do Campeonato Brasileiro com o cenário de desunião.

Alguém vai ter que ceder.