A última chance do Atlético conquistar uma vitória no Campeonato Brasileiro será amanhã, pelo menos antes do início da Copa do Mundo. Mas o adversário é o Cruzeiro que há pouco tempo estava envolvido na fase de quartas-de-final da Copa Libertadores da América, onde foi eliminado pelo São Paulo. Um adversário muito perigoso. Acredito que é o mais dificil até agora, já que quando enfrentou o Santos não tinha Neymar, Ganso e André.

Durante a viagem de volta da cidade de Prudente, conversando com o Ronair e o Divininho, comecei a pensar nos possíveis motivos para o momento atleticano no Campeonato Brasileiro. Já que até agora, quanto a Goianão e Copa do Brasil, o time tirou notas muito boas. Então vamos fugir um pouco da justificativa do cansaço…

Número 1: O presidente Valdivino e o diretor de futebol Adson Batista, em entrevista, disseram que dentro do planejamento do clube, o elenco seria mais enxuto no início da temporada e para o início do Brasileirão, eles iriam, aos poucos, reforçando o grupo. Com o elenco reduzido, chegaram ao título estadual (já esperado) e na semifinal da Copa do Brasil (inesperado). Com isso, naturalmente, o desgaste viria aos titulares. E por isso, tantas lesões musculares nos últimos dias. Das contratações até agora Rodrigo Tiuí, Ramalho e Thiago Feltri foram aprovadas. Acredito que Daniel Marques também foi muito boa.

Número 2: O técnico Geninho chegou no dia 20 de fevereiro para substituir a comissão comandada por Artur Neto. A primeira coisa detectada: baixa resistência física. Foi imprescindível um trabalho mais forte de velocidade e potência em um curto espaço de tempo. O resultado gerou o desgaste fisico dos jogadores neste último mês com a média de 1 jogo a cada três dias e praticamente a metade do tempo dentro de aeroportos. Neste quesito ainda coloco a falta de oportunidade para treinar. Em Prudente, Geninho realizou 30 minutos de trabalho tático com a defesa e ela se portou muito bem. O gol foi de falta, em um lance de eficiência e sorte de Tadeu. Na sexta-feira houve treino coletivo, vamos ver se haverá melhora no conjunto do time contra o Cruzeiro.

Número 3: Sem possibilidade para treinar e restrito trabalhar o descanso dos jogadores, a saída foi conversar. E pelo jeito, as orientações entravam por um lado e saía pelo outro. O Atlético ficou completamente descaracterizado. O Robston não arrancava mais em direção ao gol. Juninho não conseguia completar uma jogada. Marcão sentiu e ainda sente o gol perdido em Salvador (onde o ideal era também lembrá-lo que já fizera gols importantes com a camisa do Atlético). Em Prudente, eu fiquei impressionado. O time conseguiu concluir poucos passes. Muitos erros e o desgaste acaba sendo natural. Muita dificuldade na posse da bola, onde até agora foi o ponto mais forte do grupo. O melhor e mais elogiado setor atleticano (o meio-campo) vive um momento de colapso. Agenor, Ramalho, Pituca, Robston e Elias cairam de produção ao mesmo tempo…

Resta ao torcedor rubronegro, idolatrar o recesso da Copa do Mundo, como a hora certa do técnico Geninho recuperar a parte física, técnica e pscicológica de cada jogador. Se continuar no ritmo que está, os jogadores vão abaixar a cabeça e a campanha será pior que a do América (RN) em 2007 quando o time potiguar conquistou apenas 17 pontos em 38 rodadas disputas.