Em entrevista à Sagres, o membro do Conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Cássio Thyone, mostrou preocupação com o aumento expressivo do número de armas de fogo no Brasil nos últimos anos. “Chama muita atenção, é fora da curva ou do previsto. Além do mais, se você pega a legislação, a quantidade de armas e de munição que um CAC tem direito é algo quase surreal”, declarou.

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Os CACs são os caçadores, atiradores desportivos e colecionadores. Com a política mais voltada para a flexibilização do porte de armas, além do aumento quanto ao armamento, o número de CACs também cresceu no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mais de 550 mil pessoas se registraram como CACs de 2019 a junho de 2022. Além disso, houve um acréscimo de 591.058 armas de fogo no mesmo período para a categoria.

“O que a gente tem percebido, já como uma consequência disso, é o aumento de ocorrências que envolvem ameaças em condomínios, no trânsito, pessoas que não poderiam estar portando armas e que muitas vezes vão se identificar como CACs”, afirmou Thyone, que frisou ainda que é importante não “generalizar”.

Outra preocupação apontada pelo especialista é o que fazer diante de um aumento tão acentuado de armas de fogo. “Como fazer uma fiscalização mais efetiva, através do exército, através das ações policias em cima dessa enorme quantidade de armas?”, questionou Thyone, que ressaltou que o Fórum “sempre foi contra qualquer iniciativa de flexibilização para que as pessoas pudessem ter acesso às armas de fogo”.

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