Estudo conduzido pelo Todos Pela Educação apontou que 6 em cada 10 docentes (pedagogia e licenciatura) formados cursaram graduação à distância. A taxa de 60% é um ponto negativo para a educação do Brasil, segundo o coordenador de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, que afirmou, em entrevista à Sagres, que isso pode prejudicar a qualidade do Ensino no Brasil.
“Este tema é bem problemático na nossa visão. A estratégia que o Brasil tem usado para formar os professores tem sido somente os cursos à distância e a gente precisa pensar se essa é a melhor estratégia. O que os outros países que têm sucesso na educação têm feito não é isso, eles apostam numa formação presencial, rigorosa e apontada para a prática”, detalhou Ivan.
O coordenador explicou que a intenção não é demonizar o ensino à distância, que é importante, principalmente, para pessoas que moram em localidades sem cursos presenciais. “O EAD tem o seu papel. O mais preocupante na nossa visão é a proliferação de cursos que muitas vezes são de baixa qualidade. A formação dos professores é uma coisa que a gente tem que levar a sério. É que nem formação de médicos e engenheiros”.
Gontijo disse acreditar que o Ministério da Educação precisa “melhorar a régua”, inclusive, fechando cursos que não atenderem aos requisitos para estarem abertos. Ao reforçar que a graduação de professores precisa ser rigorosa e voltada para o presencial, o coordenador alertou que o Brasil poderá ter que lidar com uma educação de baixa qualidade pelos próximos 30 anos, “diante de uma formação mais frágil dos docentes”.
“Nós precisamos colocar esse tema em pauta: É assim que nós queremos formar nossos professores? É a nossa principal estratégia? Eu acredito que se essa discussão for feita de forma séria, a gente vai ver que não”, declarou.
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