O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, deve discutir com presidentes dos poderes e órgãos autônomos medidas mais duras para conter o avanço da pandemia. As restrições devem afetar ainda mais o comércio, que está fechado há quase duas semanas. Em entrevista à Rádio Sagres 730, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, afirmou que a maioria dos empresários não vai apoiar outra prorrogação de restrições.

“Eu não posso avaliar essas medidas que serão discutidas sem antes conhecer. O comercio já está muito sofrido. Estamos indo pra 14 dias fechados. E dificilmente terá apoio da coletividade para mais tempo fechado. O governador terá apoio para um retorno com regras rígidas. Podemos, por exemplo, fechar depois de um determinado horário. Manter de portas fechadas por mais tempo, eu penso que não terá apoio da coletividade”, afirmou Baiocchi.

O presidente da federação afirmou que não foi convidado para discutir a possibilidade de restrições mais rígidas em Goiás. O prazo dos decretos em vigor de Goiânia, Aparecida de Goiânia e outras cidades da Região Metropolitana termina na próxima segunda-feira (15/3). Hoje, as prefeituras devem se reunir para discutir se as medidas vão ser prorrogadas ou suspensas.

“Nós temos conversado muito com a assessoria do prefeito de Goiânia para que nossas demandas e sugestões sejam levadas a ele. (…) Ou tomamos medidas que todos pagam a conta ou libera o comercio para trabalhar. Estamos dispostos a seguir regras rígidas, desde que possamos trabalhar e manter o emprego dos funcionários”, ressaltou Marcelo.

COMPRA DE VACINAS

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.124, de 2021, que permite a iniciativa privada, indústria, empresariado, federações e confederações a comprarem vacinas. Mas o ato tem como finalidade a filantropia, uma vez que os imunizantes devem ser doados ao Ministério da Saúde.

Marcelo Baiocchi garantiu que os empresários de Goiás têm total interesse na compra dos imunizantes, mas não há doses disponíveis. “O problema não é recurso, mas achar vacina pra comprar. O empresário tem disposição para isso e não temos problemas em adquirir e doar. É muito mais válido o investimento na vacina do que o prejuízo que o empresário esta tendo”, reforçou o presidente da Fecomércio.