O governador Ronaldo Caiado (DEM) reuniu-se por videoconferência, na tarde desta quinta-feira (11/3), com os presidentes dos demais poderes (Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa), além dos órgãos autônomos (Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunais de Contas). De acordo com informações apuradas pela Sagres 730, Caiado apresentou números sobre a evolução da Covid-19 em Goiás, de ocupação de leitos, de mortos e revelou preocupação com a pouca efetividade das medidas adotadas pelos prefeitos.

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A Sagres apurou que Caiado discutirá com outros setores o quadro atual antes de tomar uma decisão. Ele avalia juridicamente quais medidas pode adotar, em função da competência compartilhada com os municípios. Há expectativa de que as medidas poderão ser anunciadas para vigorar na próxima semana.

Quadro crítico
De acordo com levantamento do site In Loco, a média de isolamento social em Goiás não ultrapassou os 33% desde que medidas restritivas de funcionamento das atividades econômicas foram anunciadas em vários municípios goianos, como na Grande Goiânia. Nesta quarta-feira (10), por exemplo, esse índice foi de apenas 32,5%, similar ao isolamento de dias úteis anteriores ao início da pandemia, em março de 2020.

O governador revelou na reunião que o Estado tem dificuldade de continuar a ampliar o número de leitos hospitalares. De acordo com o painel Covid-19, da Secretaria Estadual de Saúde, havia 937 leitos nesta quinta-feira, 427 de UTIs e 510 enfermarias, com taxa de ocupação de 92,42%.

O governador disse aos presidentes de poderes que não tem mais como expandir a rede por falta de profissionais de saúde, mas alertou que se nada for feito o já alto número de mortes diárias vai crescer mais. Nesta quinta-feira Goiás tinha 9.335 mortos pela covid e média móvel de 80% a maior desde o início da pandemia – o recorde anterior foi 67%, nesta terça-feira (9).

Hoje o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), aumentou o rigor do isolamento social no Estado. O estado entrará a partir de segunda-feira (15) na fase emergencial do Plano São Paulo, que estabelece medidas mais restritivas do que a atual.
Igrejas terão as atividades presenciais interrompidas, os campeonatos de futebol ficarão suspensos e as escolas estaduais devem entrar em recesso escolar. A recomendação é que as redes municipais e particular de ensino sigam a medida. As restrições estão previstas para durarem até o dia 30 para tentar conter o avanço da pandemia de covid-19. O plano é diminuir a circulação de mais de 4 milhões de trabalhadores.

Os decretos dos prefeitos em Goiás abriram várias exceções e ainda assim há uma forte pressão de comerciantes contra as medidas. Há uma preocupação com o aumento da pressão e a dificuldade das autoridades municipais de sustentar esses decretos.

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