Nem de longe, o assunto do meu blog, nesta segunda-feira, passaria por qualquer tema envolvendo o racismo. Acredito ser muito complicado dialogar sobre este tema sem olhar nos olhos ou ouvir o tom das palavras com o próprio ouvido. Num mundo que navega no politicamente correto (e em seus falsos moralismos), qualquer vírgula é motivo para má interpretação dos milhões de fundamentalistas-analfabetos funcionais.

No entanto, a imagem de Dani Alves, no jogo Villarreal e Barcelona pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol, comendo a banana arremessada por um torcedor local me produziu um sentimento de muita satisfação. Até que enfim alguém demonstrou uma postura correta, firme, contundente, sagaz, genial… no combate ao preconceito racial. Uns choram, lamentam, se acovardam, se inferiorizam e consequentemente se vitimizam. Tudo o que o infrator deseja com seus atos. Triturar e digerir, demonstrar postura combativa e força nesta guerra secular.

Diante da repercussão, o Villarreal comunicou em seu site oficial que identificou o torcedor e o baniu pra sempre dos estádios. Espero que na cidade, seu nome esteja amplamente divulgado para que sirva de exemplo a todos, como uma cabeça pendurada na praça central em cidades do século 18 e 19 – selvagem como a atitude merece ser atacada.

Temo que os aproveitadores estraguem todo o potencial transformador do ato de Daniel Alves. Banalizar com fotos postadas nas redes sociais não ajudará em nada. Talvez minimize a importância do industrializado e viral #somostodosmacacos.

Que a coragem do lateral brasileiro não seja em vão. Que a educação seja o principal pilar para aniquilar qualquer tipo de disputa por causa da cor ou raça e que os melhores e competentes vençam por sua eficiência e sejam reconhecidos por isso.

Sejamos todos macacos, mas conscientes que nosso poder de mobilização está na força de sermos superiores diante da barbárie e não na tentativa de combater o racismo com covardia e inferioridade dos macacos-otários.