Um momento marcante, especial, que fica gravado como um dos melhores da carreira. Foi assim que Rubens Barrichello definiu o grande final de semana e a vitória que teve na Corrida do Milhão, realizada neste domingo em Goiânia. O piloto, recordista em números de GPs na F1 e com 11 vitórias na maior categoria do automobilismo, venceu pela primeira vez na Stock Car e demonstrou o quanto a vitória teve um peso na carreira. Não pelo prêmio, mas por ressurgir no automobilismo.

“A gente tinha um carro muito bom desde a pole de ontem, nós fizemos um ótimo pit-stop, mas eu vi que o Thiago vinha muito forte e até então eu não sabia quantos push ele ainda tinha, ouvi pelo rádio que eram dois, eu tinha três, então fui administrando isso. A corrida foi dessa forma, a utilização do push foi no momento certo e eu consegui chegar ao final bem. É um sentimento diferente ganhar, as pessoas podem pensar que eu ganhei 11 vezes na F1 e que isso aqui é brincadeira, mas não é. Pra mim é um renascimento”

Renascimento que veio com muita luta e muita disputa com Thiago Camilo, que alternaram na liderança por duas vezes e chegaram bem próximos na bandeirada final. O piloto da Full Time voltou a ressaltar a situação que não ter muita noção do que ainda restava do “turbo” para Thiago Camilo, mas ressaltou a experiência nesse tipo de competição, ainda que seja um “novato” na Stock.

Barrichelo trofeu2 TM“Se falta um pouco de experiência na Stock Car, acho que sobra em competições de carro de corrida, sobra nesse mundo que eu comecei ainda criança. Se você quiser, entra dentro dele (do carro) e acredita que pode superar a dificuldade. O tabu é criado por uma repetição, se em duas situações não acontece, já fica isso marcado. Eu sabia que tinha um grande carro, quando o Thiago ameaçou eu fiquei de uma forma, meio ‘descalço’, não sabia bem o que esperar e deu um aperto”

Pela forma que foi, pela disputa e até pela presença do filhos Dudu e Fernando, o piloto demonstrou toda a emoção no pódio, mesmo com a descontração e a felicidade que o fez arriscar até um “arrocha” no posto de primeiro lugar. Barrichello, renascido, lembrou das vitórias históricas na Alemanha e Inglaterra pela F1, mas colocou o triunfo da Stock entre as principais.

“Eu tenho Hockenheim e Silverstone, em 2003, como as melhores, mas não tem como eu deixar a Stock de fora. Lá em 2012, quando disseram que era hora de parar, que não tinha mais porque, eu até poderia ter parado pelas coisas que havia conquistado, mas eu faço isso porque amo demais. A Stock de hoje em dia é muito emocionante, mas nem sempre tá ganhando o melhor, porque tem parada, tem abandono e tudo mais. Se tinha uma corrida que eu queria ganhar, era essa, porque foi na pista, foi especial, eu não poderia ter imaginado ela diferente do que foi”