A derrota sofrida pela base política do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), ainda repercute e tem consequências entre os apoiadores do Paço na Câmara. A maior especulação, nos bastidores, é de que o grupo estaria dividido depois da derrubada do projeto de revisão da Planta de Valores e aumento de cobrança do IPTU na Capital, na última quinta-feira. A aprovação havia sido determinada como prioridade da administração, mas quatro apoiadores votaram contra e foram decisivos para a derrota.

Enquanto a liderança do prefeito tenta transparecer normalidade, a presidência da Casa admite que algumas arestas devem ser aparadas internamente. A líder da bancada, Célia Valadão (PMDB), argumenta que não existe divisão. “Não há divisão. Na votação do IPTU nós tivemos 16 votos. Nós entendemos que se houvesse essa divisão, nós não teríamos essa votação toda. Diálogo não faltou,” defende.

Já o presidente, Clécio Alves (PMDB), admite que a postura do vereador Felisberto Tavares (PT) foi contrária ao acertado internamente. Segundo ele, o parlamentar deve dar melhores explicações. “Entendo que a base do prefeito tem feito uma sintonia grande ao longo do ano, e nessa última questão do IPTU, houve vereadores que não cumpriram o que foi assumido em reuniões com a participação do prefeito e de toda a base. Mas cabe a eles darem as explicações. Eu entendo que a base está sólida,” garante.

Como noticiado pela 730, o diretório metropolitano do PT aguarda apenas um relatório do líder da bancada na Câmara para abrir um processo contra Felisberto Tavares no Conselho de Ética do partido. Segundo o líder da bancada, Carlos Soares, o relatório será encaminhado. “Nós temos que discutir muito dentro do partido para ver como agirmos no caso do Felisberto. O relatório eu vou protocolar dizendo que nós orientamos e ele entendeu que deveríamos votar daquele jeito,” conta.

Felisberto Tavares não foi à sessão extraordinária da Câmara na manhã desta segunda-feira.