Goiânia tem previsão de retomada das aulas presenciais em agosto. As atividades com a participação dos alunos nas escolas foram interrompidas logo no início da pandemia da Covid-19. Há uma preocupação quanto aos efeitos do fechamento prolongado de escolas na vida de crianças e adolescentes. Mesmo dentro da escola pública, muitas realidades distintas se sobrepõem e para conter discrepâncias a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) será usada para evitar aumento das desigualdades no ensino.

O que é?

A BNCC é um documento que regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras públicas e particulares de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio para garantir o direito à aprendizagem e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes. Em Goiás, já houve a regulamentação da BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Para o Ensino Médio, o processo ainda está em fase de implantação.

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Problemas

Entre diversos problemas, educadores estão preocupados com perdas de aprendizagem dos estudantes devido a longos períodos sem atividades educacionais regulares. Além disso, danos emocionais e sociais para estudantes e famílias expostos a situações de estresse familiar devido à crise econômica, problemas de saúde, além de potencial violência familiar, além da possibilidade do aumento do abandono e evasão escolar.

Na Base Nacional Curricular Comum encontramos 10 competências a serem desenvolvidas: Conhecimento; Pensamento científico, crítico e criativo; Repertório cultural; Comunicação; Cultura digital; Trabalho e projeto de vida; Argumentação; Autoconhecimento e autocuidado; Empatia e cooperação; Responsabilidade e cidadania.

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Diagnósticos

Neste triste período da pandemia da Covid-19, diversas habilidades práticas e abstratas foram desenvolvidas, mas outras devem ficar escondidas. Para evitar perdas no aprendizado é que entrará a aplicação da BNCC, como avalia a Cíntia Camilo que atua na área de Apoio Técnico ao Professor da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia.

 “Desde o início (da pandemia) já estamos na perspectiva de trabalhar com os elementos já apresentados na Base. A Base ajuda na perspectiva de retorno, pois nós temos elencados quais as competências gerais que devem ser trabalhadas e desenvolvidas pelos educandos, assim como as habilidades em cada componente curricular ano a ano que precisam ser garantidos. Assim que voltarem os professores farão um diagnóstico com os reeducandos para verificar o que foi possível aprender no ensino remoto e com base nos elementos na BNCC saber quais conhecimentos precisam retomados, ampliados ou complexificados” afirmou.

Para Cíntia, a Base é importante porque dá uma diretriz a aprendizagem, elemento essencial para qualquer educando. A Base seria um norte, porém a perspectiva de contextualizar com a realidade do educando, com as necessidades é quem está na ponta, ou seja as secretarias e as próprias instituições.

“A gente sabe que as turmas são heterogêneas, sabemos que as crianças tiveram movimentos diferentes com o ensino remoto, esperamos que a partir do diagnóstico a gente consiga identificar qual nível de aprendizagem está e de que forma posso trabalhar para avançar nas aprendizagens”, completou a educadora.

A reabertura das escolas prevista para agosto deve considerar a realidade de cada escola e seus respectivos colaboradores, gestores, professores, alunos e famílias, olhando para o bem-estar de todos e a aprendizagem dos alunos.