Napoleão Bonaparte, uma das figuras mais vitoriosas da história da humanidade afirmou: “Não sou um oportunista, o que faço é não deixar passar a oportunidade”. O Vila Nova acaba de praticar a lição do grande general francês.

Pelo ranking o futebol goiano teria dois representantes na Copa do Brasil sub-23: Atlético e Goiás – ambos desistiram. O Vila Nova correu atrás dos seus interesses e reivindicou pra si a ocupação de uma das duas vagas.

Conseguiu: não deixou passar a oportunidade e agora brilha na disputa. Vem repetindo apresentações brilhantes e nos últimos dois jogos enfrentou dois líderes, Corinthians paulista e o Fluminense carioca.

O Vila Nova venceu os dois. No jogo desta quinta feira (19), o time mostrou muita personalidade. Tomou um gol de pênalti no primeiro tempo e a partida foi para o intervalo com o placar de 1×0 para o Fluminense.

O Vila Nova voltou disposto a buscar o resultado e conseguiu. Sofreu um pênalti, cobrado por João Pedro e empatou o jogo e não se contentou com isto, continuou indo pra cima do time carioca e fez 2×1, com o atacante Aderson.

O meio-campista João Pedro é o grande destaque do time, mas outros jogadores também chamam atenção: os dois alas, Nícolas pela direita e Eder pela esquerda; o segundo homem de meio-campo que às vezes se apresenta também como atacante pelo lado direito, Gaúcho, o atacante pela esquerda Gustavinho, o goleiro Heitor e o atacante Anderson, que embora esteja entre os melhores do elenco é reserva e mesmo assim tem entrado nos jogos e resolvido para o Vila Nova.

Há explicação para a ausência do Anderson no time titular. O atacante Philippe, jogador negociado muito jovem com o futebol do exterior, não se adaptou por lá e voltou. Perdeu a confiança no próprio futebol e o Vila Nova está utilizando a competição para tentar a recuperação emocional e técnica do atleta. No Vila todos sabem a qualidade do jogador, daí a insistência com ele.

Além destes jogadores o Vila ainda está vendo que tem no seu quadro de profissionais um potencial enorme para comandar tecnicamente um time: o ex-zagueiro Higo Magalhães, que não foi brilhante como jogador atuando pelo próprio Vila Nova, tem dado mostras de muito conhecimento tático/técnico no comando desta equipe.

O Vila Nova não teria a oportunidade de mostrar estes jogadores para o futebol brasileiro, se não tivesse aproveitado a oportunidade desta Copa do Brasil sub-23. Além de entrar na vitrine os atletas também ganham rodagem e experiência – tudo isto é lucro.

O Vila Nova está classificado para a próxima fase, com todas as chances de chegar à semifinal. Se não chegar já terá tido grande vantagem em não ter deixado a oportunidade passar.