O futebol e a vida estão mais sem graça nesta quinta-feira (13). A morte veio buscar José Martínez Ruiz, ex-dirigente e ex-goleiro do Vila Nova. Foi a encarnação do amor e da alegria. Fino, não se tem notícia de agressividade em seu comportamento contra quem quer que seja, nem nos momentos de discussões radicais de torcedores. Cortês e benevolente, não passava por ninguém com a mão estendida, sem doar uma moedinha que fosse.

Gostava de conversar e sempre saía do estádio procurando uma roda para um bate-papo. Com estas conversas foi conquistando amizades, o que o fez respeitado entre torcedores de todos os clubes.

Filho de espanhóis, tinha em si a vibração e a emotividade comuns da nacionalidade. Da mesma forma com que ria até das derrotas do seu Vila Nova querido, lavava o rosto em lágrimas nas vitórias e conquistas.

Martínez era luz e onde passava deixava a conciliação iluminando a discórdia. Soube como poucos diferenciar franqueza de grosseria e, como não se furtava em dizer a verdade, a dizia com tons suaves na voz e na expressão.

Martínez foi amor… amor ao trabalho, aos amigos, à vida, e só amou mais do que o Vila Nova, à sua família.

Junto-me aos que estão abalados com seu falecimento em função da Covid-19, mas convicto que na vida ele conquistou um bom lugar no plano espiritual com sua postura de generosidade, compreensão, respeito e candura.

A morte deixou o Vila Nova, o futebol e sobretudo a vida mais sem graça nesta quinta feira.