O Goiás anunciou que está negociando com três jogadores para reforçar seu elenco: os atacantes Leandro Barcia (com passagem pelo clube em 2019 e hoje é o destaque do Sport Recife), Walter (que já teve três passagens pelo clube e nas duas últimas foi uma catástrofe) e Sebastián Salazar, volante colombiano que está em litígio com o Independiente Santa Fé e que neste ano não jogou nenhuma vez.

Que o mercado do futebol está escasso é fato, como é fato que o Goiás precisa contratar, pois caso contrário corre sérios riscos de cair para a Série B. Mas não pode entrar no desespero. Das três possíveis contratações a do Leandro Barcia é, sem dúvida, solução. Jogador mostrou aqui suas qualidades e no Sport Recife cresceu ainda mais. Resolve de uma vez por todas a questão do atacante de lado, onde Mike e Victor Andrade não têm correspondido.

Já as outras duas possibilidades não têm boas avaliações comigo. Começando pelo Walter, a história dele no Clube aponta para o tamanho do equívoco. Na primeira passagem foi destaque. Na segunda deu muito trabalho e jogou pouco, e na terceira estava na esperança de ter resolvida uma questão punitiva por flagra no exame antidoping e a solução não aconteceu.

O Walter de hoje não é o Tufão da primeira passagem. É um atleta com complicações de comportamento e uma capacidade de jogar futebol longe da que o Goiás precisa. Se assim não fosse, o Athletico Paranaense, Clube que o acolheu, esperou a penalidade imposta pela comissão antidopagem acabar e enquanto isto o condicionou física e tecnicamente e pelo qual já até marcou gol na Taça Libertadores da América, não teria investido R$ 5 milhões na aquisição do Renato Kayzer, que estava no Atlético Goianiense.

Se o Walter fosse solução, por que o Clube do Paraná gastaria este dinheiro para contratar um jogador para a posição dele? O Sebastián Salazar tem qualidade técnica inegável, mas um jogador que está uma temporada inteira sem fazer um jogo sequer, vai chegar fora de forma física, consequentemente sem condições para desempenhar a capacidade técnica, o que vai demandar um tempo para a solução da primeira questão que incide diretamente sobre a segunda.

Quando estiver condicionado fisicamente ele vai precisar de um tempo para readquirir o ritmo de jogo e, isto, se adaptando a uma nova forma de jogar, ouvido instruções em um idioma que não domina e vivendo numa cidade que nem conhece. O tempo para solucionar todas estas pendências naturais, em uma situação como esta, não pode ser pequeno.

O Goiás precisa de um segundo médio-volante que chegue e entre no time imediatamente e não é o caso do Salazar.

Resumindo: das três contratações anunciadas como possíveis pelo Goiás, avalio que apenas uma vem para ser solução: as outras duas vêm para ser mais problemas.