Ontem (17) a diretoria do Goiânia lançou o novo escudo do Clube, durante uma live no Instagram da instituição e foi um evento para lamentações, em todos os sentidos. O novo escudo mata uma das maiores originalidades que o Goiânia tinha: o nome da marca escrito inteirinho no centro de uma circunferência que tem no significado geométrico a infinidade do traço, que eternamente faz o ciclo sem sair da linha e o formato da bola e do mundo.

A possibilidade da inscrição evitava a confusão com qualquer outra equipe. No escudo tradicional havia ainda a inscrição da data de fundação, 1938. Era o único no mundo, rico em significação, claro, traços leves e marcantes. Não há nenhuma justificativa para a mudança e de quebra há um desrespeito aqueles que fizeram o escudo tradicional da equipe.

Se o Goiânia quis se espelhar no Atlético Goianiense e no Athletico Paranaense, que mexeram nas formas das suas patentes, estudou mal a situação. As duas agremiações tinham problemas com os símbolos. No caso do nosso Atlético, seu escudo antigo tem a mesma forma e cores do São Paulo e a camisa a mesma forma do Flamengo. Isto impedia uma identificação para a agremiação.

Já o escudo tradicional do Goiânia é único no mundo e como já mostrei, com riquezas significantes. Ficou horrorosa a forma e a justificativa do diretor de marketing, Pedro Pacheco e do presidente Alexandre Godói, só complicaram as coisas. “As cinco listras lembram o penta campeonato conquistado pelo Goiânia em 1950, 1951, 1952, 1953 e 1954”.

Que coisa, hein?! Lembrar conquistas históricas com listras. Que ligação tem uma coisa com a outra? “O novo escudo é motivo para a elevação da auto estima do nosso torcedor”.

Quando algo de tão mau gosto, feio e cheio de forçação de barra para dar significado aos traços e formas vai ser motivo pra autoestima? Pelo contrário, é uma assassinato de uma patente história e única, que deprime e entristece os poucos torcedores que restaram para o Goiânia. “Procuramos documentar as glórias e a história do Goiânia”.

Com o que? Com aquela forma confusa e trocando a palavra Goiânia pela sigla GEC. Só aqui no nosso Estado já temos dois clubes com esta identificação o Goiás e o Goianésia e se formos procurar pelo Brasil vamos encontrar muito mais.

Trocar uma identificação específica por uma genérica é síntese de glórias e história? Em que manual de semântica tem esta tese? As glórias e histórias são tradições e quando se altera estas tradições ambas estão sendo assassinadas.

Se não bastasse todo o mau gosto do novo escudo, teve ainda a demonstração de prepotência e arrogância do presidente do clube Alexandre Godói, respondendo com grosseria aqueles que se sentiram atingidos pelos mau gosto do novo escudo. Desrespeito aos poucos torcedores que restam e merecem esclarecimento e consideração com o que pensam.

O Goiânia tem várias outras prioridades para serem atacadas pela atual diretoria: resgatar a área da Vila Olímpica, mal negociada, que empobreceu ainda mais o Clube; montar um time competitivo para avançar nas divisões do calendário nacional e capaz de ser mais que um participante do campeonato regional, mas um competidor pelo título; organizar a estrutura básica necessária para as categorias de base assegurando conforto, boa alimentação, assistência médica, acompanhamento do desenvolvimento fisiátrico do jovem atleta – apenas para citar algumas.

Nesta listagem estão problemas que a nova diretoria precisa ter competência, atitude e criatividade para solucionar. O escudo do Clube é uma das poucas coisas perfeitas que o Goiânia tem. Que o senhor Alexandre Godói pense nisto e que desmanche o mais rápido possível está lambança. De lambanças o Goiânia não precisa.