Direto de Porto Alegre, pra onde voltou após a paralisação do Campeonato Goiano, Bolívar, técnico do Vila Nova Futebol Clube, conversou com o repórter Manoel de Oliveira Filho. A retomada do Campeonato Goiano, redução dos salários pagos hoje em dia pelos clubes por causa da paralisação devido ao coronavírus e as dispensas de seis jogadores no elenco foram os principais assuntos da entrevista.

“O clube tá querendo diminuir um pouco o plantel. Até comentei com o presidente, que tínhamos com muitos jogadores e isso dificultava um pouco. Então o presidente tomou essa decisão, até pra diminuir a folha salarial, porque a gente sabe que vai precisar de contratações para a disputa da Série C, já que terá muita cobrança para que o Vila Nova volte a disputar a Série B”, declarou Bolívar, que fez questão de ressaltar que as dispensas já estavam definidas pelo presidente Hugo Jorge Bravo.

Bolívar e o presidente Hugo Jorge Bravo (Foto: Comunicação/VNFC)

“A decisão saiu na quarta e viajei na quinta pela manhã. Fiquei sabendo só depois, quando o presidente me comunicou das dispensas. Acho que o presidente já tinha isso em mente, por serem atletas que tinham um salário maior. Tinha passado para o presidente algumas posições que seriam necessárias pra que a gente pudesse ter um time bem forte para a disputa da Série C, mas as dispensas já foram definidas pelo presidente antes da minha chegada”.

No caso específico do volante Liel, Bolívar reconheceu que o jogador não estava em forma, porém esse não teria sido o motivo pelo qual foi liberado.

“Fui muito franco com vocês, quando disse que falei com o atleta. A gente sabe do potencial que tem o Liel por te – lo enfrentado muitas vezes no Criciúma, numa condição diferente, com uma imposição física muito grande, mas estava com o peso um pouco acima. A gente precisava ter uma preparação para ele perder peso e ganhar massa muscular novamente e ter um rendimento melhor, mas como falei, a decisão já estava tomada”.

Redução salarial

Bolívar também comentou o debate que clubes e jogadores têm travado com relação a contenção dos prejuízos por causa da paralisação das competições. Para o treinador, os foid lados devem ceder.

“Isso varia de cada clube. O Vila Nova criou uma estrutura de atletas diferente do ano passado, porque eu fiquei sabendo de tudo o que foi gasto e acabou não vindo o resultado. O clube está com os pés no chão e sabemos que isso é necessário, pois sabemos o quanto é difícil para os clubes, mesmo os de Série A que tem um investimento muito alto. Com os jogadores sem atuar, acredito que vai ter que existir uma conversa entre diretores e atletas para chegaram a uma solução, porque todos estão perdendo”.

Volta do Goianão

Sobre a volta do Campeonato Goiano, Bolívar pediu atenção com o calendário, pois ficaria “apertado” para os clubes que têm alguma competição no segundo semestre.

“Todo mundo sabe o quanto é precário o calendário brasileiro para as equipes que tem competições no segundo semestre. Quando você perde datas como agora, sabemos que temos que esperar e ver o que é melhor pra todos. Tem equipes no Campeonato Goiano que não tem o segundo semestre, então fica muito difícil ter uma definição que fique bom para todo mundo”, finalizou.