Hoje, comemora-se o Dia Mundial do Braille. A data dedicada à reflexão sobre a importância desse sistema de escrita e leitura tátil para as pessoas com deficiência visual. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é mais provável que as pessoas com deficiência fiquem na pobreza. Outro ponto é que essa população também pode registrar taxas mais elevadas de negligência, violência e abuso e esteja entre a mais marginalizada.

A pandemia de covid-19 mostrou que no caso de deficientes visuais, é necessário produzir informação essencial em formatos acessíveis, incluindo braille e formatos sonoros. De acordo com a ONU, pessoas com deficiência poderiam enfrentar um risco maior de contaminação devido à falta de acesso a orientações e precauções para proteger e reduzir a propagação de uma pandemia.

“A covid-19 enfatizou a necessidade de intensificar todas as atividades relacionadas com a acessibilidade digital para garantir a inclusão digital de todos”, destacou a ONU.

Braille

O sistema, criado pelo francês Louis Braille em 1825, é a combinação de um a seis pontos em relevo. Juntos de diferentes maneiras, representam letras, números, pontuação e outros símbolos. O Braille é lido da esquerda para a direita, com uma ou ambas as mãos.

O Braille é essencial para a plena realização dos direitos humanos de pessoas com deficiência visual. Ele possibilita que essas pessoas tenham acesso à informação, à educação, à cultura e à participação social.

Braille no Brasil

José Álvares de Azevedo, introduziu o Braille no Brasil, idealizador da primeira escola para o ensino de pessoas cegas no país, o Imperial Instituto de Meninos Cegos, atual Benjamin Constant. Em 8 de abril, aniversário de Azevedo, é comemorado o Dia Nacional do Braille.

Em comemoração ao Dia Mundial do Braille o Ministério da Educação (MEC), por meio da Diretoria de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), promove um encontro em parceria com o Núcleo de Braille de Portugal e a Comissão Brasileira do Braille (CBB).

O tema “O estado da arte do ensino-aprendizado do Braille no Brasil”, realizado pela plataforma Zoom, às 14h (horário de Brasília). Interessados não inscritos também poderão acompanhar o debate, com transmissão pelo YouTube.

Investimentos em educação

Ao longo de 2023, o MEC desenvolveu ações que beneficiaram milhares de estudantes com cegueira ou baixa visão em todo o País. A diretoria de Políticas da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, da Secadi, tem atuado para que a inclusão dessa parcela da população seja prioridade. O objetivo é a consolidação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI).

Em 2023, o MEC repassou R$ 237 milhões para 11.430 escolas em todo o País, beneficiando 191.025 estudantes da educação especial, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola. Nessas salas, alunos cegos, com baixa visão e surdo-cegueira também recebem atendimento educacional especializado.

Educação básica

O recurso destinado às escolas públicas da educação básica dos municípios, dos estados e do Distrito Federal para aquisição ou adequação de itens que compõem as SRMs. Podem ser comprados, por exemplo, itens e materiais pedagógicos, cadeiras de rodas, bebedouros acessíveis, produtos de tecnologia assistiva e equipamentos.

Outra ação desenvolvida em 2023 foi a realização de cinco cursos voltados à formação de professores que atuam diretamente com pessoas com deficiência visual, pelo Programa Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (Renafor). Os cursos ofereceram 2.940 vagas, e o investimento foi de mais de R$ 1,1 milhão.

*Com informações da Agência Brasil

Leia mais: