Pesquisadores brasileiros criaram uma bateria elétrica mais ecológica e com menos riscos de explosão ou congelamento. O novo dispositivo é flexível e 20 vezes mais leve que uma pilha de chumbo convencional. Segundo a pesquisa publicada no Journal of Energy Storage, elas suportam temperaturas extremas e são mais viáveis ecologicamente do que as baterias de lítio.

A bateria de um carro elétrico pesa cerca de 250 kg. Por isso, os pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e do programa de pós-graduação em Tecnologia Nuclear da USP pensaram num modelo mais leve e flexível. Além disso, há a preocupação direta com o risco de explosão ou congelamento.

Eles usaram nanopartículas de chumbo e uma membrana leve e compacta para substituir a água de uma pilha comum. Assim, criaram um novo dispositivo em formato de fita que é capaz de armazenar energia em um pequeno espaço. 

Mais ecológica

Rodrigo Fernando Brambilla de Souza é um dos pesquisadores e garante que o chumbo é mais seguro e mais facilmente reciclável do que o lítio. O lítio, inclusive, é bastante utilizado em celulares, computadores e carros. “Já existem indústrias de reciclagem de chumbo; de lítio ainda não são comuns. As baterias de lítio se acumulam nos lixos eletrônicos e ‘se reza’ para não pegar fogo”, argumentou.

Souza explicou que as baterias de lítio são a base de cobalto, que tem poucas reservas, cuja mineração impacta muito o meio ambiente e que podem causar incêndios se alguém tentar abri-las.

As baterias de chumbo são mais pesadas que as de lítio, mas os pesquisadores conseguiram diminuir o peso do chumbo no novo modelo. O chumbo também ganha do lítio nas reservas, pois mesmo em uso há mais de 150 anos, ainda existem muitas reservas pelo mundo. “Nossa proposta precisa de menos chumbo por bateria. Isso a torna bem mais sustentável”, disse Rodrigo.

A leveza e a flexibilidade da bateria criada pelos brasileiros é um ponto positivo para aparelhos que requer energia móvel e elas também são versáteis, ao funcionar igualmente no nível do mar e em um satélite.

*Com Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 12 – Consumo e produção responsáveis.

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