(Foto: Divulgação / Governo de Goiás)

O governador Ronaldo Caiado (DEM) disse em entrevista nesta segunda-feira (30) que não vai assumir “vertentes populistas ou inconsequentes” para decidir se manterá ou se vai flexibilizar as medidas dos decretos de restrições das atividades econômicas do Estado, que terminam neste sábado (4). 

O governador recebeu neste fim de semana proposta do Fórum Empresarial de “retomada responsável” das atividades, segundo informou à Sagres 730 o presidente da Adial, Edwal Portilho. A entidade apresentou ao governo um aplicativo, criado pela Fieg e pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que repassará a cada um dos CNPJs existentes no Estado regras de cuidado sanitário para a volta das atividades.

Caiado informou que manterá nesta semana rodada de negociações, por videoconferência, com representantes de empresários e de trabalhadores para lastrear sua decisão. “Em qual País essa pandemia não deixou o rastro da crise econômica? Aqui não seria diferente, mas meu compromisso principal é o de salvar vidas. Depois, juntos, podemos recuperar as dificuldades que estão por vir”, disse demonstrando mais uma vez sua defesa da suspensão das atividades econômicas.

Para mitigar o efeito da crise econômica, o governador informou ter passado o fim de semana telefonando para donos de supermercados, negociando a compra de grande volume de cestas básicas para serem distribuídas a pessoas carentes e aos trabalhadores informais, por meio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), que está à frente da Campanha de Combate à Propagação do Coronavírus.

Caiado lembrou que liberou na semana passada R$ 75 para cada criança dos beneficiários do Bolsa Família em Goiás que estiverem na escola. Para os micros, pequenos e médios empresários, reiterou que haverá liberação de empréstimos de R$ 500 milhões por meio da GoiásFomento, para pessoas físicas e jurídicas, e que trabalha para que o Banco do Brasil, instituição financeira que opera o Fundo de Financiamento Constitucional do Centro-Oeste (FCO), flexibilize a burocracia para liberar, de forma mais rápida, capital de giro para os empreendedores.

Em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira, o governador informou que determinou ao Detran a prorrogação para agosto do pagamento do IPVA e do licenciamento anual de veículos e para o órgão não cobrar juros por atraso.

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<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Somos sensíveis às dificuldades que todos os goianos sofrem nessa pandemia de coronavírus. Por isso, tomei mais uma atitude pra amenizar isso. Determinei que o DETRAN não cobre juros do IPVA e Licenciamento e o pagamento seja feito só a partir de agosto, conforme tabela. <a href=”https://t.co/2ODWyY7nwR”>pic.twitter.com/2ODWyY7nwR</a></p>&mdash; Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) <a href=”https://twitter.com/ronaldocaiado/status/1244643750225338370?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 30, 2020</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
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Pressão política

A pressão sobre o governo goiano se intensificou desde o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (24) em defesa do fim do confinamento em massa. Neste domingo, Bolsonaro visitou o comércio, contrariando orientações do Ministério da Saúde de evitar aglomerações. O comboio presidencial passou por pontos de comércio na Asa Norte e no Sudoeste, em Brasília, além de Ceilândia e Taguatinga (cidades-satélites de Brasília). Bolsonaro falou com funcionários de supermercados e padarias e com vendedores autônomos.

Em Ceilândia, o presidente disse a um vendedor de churrasco em espetinhos que em sua visão o comércio deve ficar aberto. “Eu defendo que você trabalhe, que todo mundo trabalhe. Lógico, quem é de idade fica em casa”, afirmou. “Às vezes, o remédio demais vira veneno”, disse em referência ao isolamento social determinado em vários Estados, como em Goiás. “A morte está aí, mas seja o que Deus quiser. Só não pode ficar é parado, com medo de morrer. Se não morrer de doença, morre de fome. Eu prefiro morrer de nenhum jeito”, disse o comerciante. “Não vai morrer, não. Para alguns, realmente… é complicado”, disse o presidente.

Mais tarde o Twitter deletou duas postagens de Bolsonaro por violação de normas da rede social. A rede social informou à imprensa que vai retirar todos os conteúdos que forem contrários à saúde pública, colocando pessoas em risco. No meio da semana, o Twitter já havia apagado dois posts do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro.

No final da tarde de sexta-feira (27) foram registradas carreatas em Goiânia pela abertura das empresas. Neste domingo, a Justiça concedeu liminar em ação proposta pelo Ministério Público, proibindo a realização de manifestações e carreatas em função do risco da disseminação do vírus. 

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