A cidade tem muitas fontes de vexames e o fato é que a Câmara Municipal vem sendo a maior delas. O Poder Legislativo de Goiânia terminou de forma altiva o mandato passado, com diversas mostras de que pretendia se livrar da má fama. A esperança durou pouco. A mesma Câmara anoiteceu 2012 presidida por Iram Saraiva e amanheceu 2013 sob comando de Clécio Alves. Iram é um intelectual, cujo preparo honra qualquer lugar em que esteja. Mais de quatro décadas depois de iniciada a carreira como professor e após ser vereador, deputado, senador e ministro, nada se pode dizer que manche a biografia de Iram Saraiva. Quanto a Clécio Alves, bastam ser ditas quatro palavras: é o Clécio Alves.

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A Câmara dos Deputados partiu de Ulysses Guimarães até o atoleiro de Henrique Eduardo Alves. A Assembleia goiana foi descendo a partir de Eurico Barbosa até chegar em Helder Valin. A seção local do Legislativo poderia honrar sua parte como poder, superando suas congêneres estadual e federal. Ainda há tempo. O mandato está no primeiro ano e Clécio Alves tem disposição. Vai ser difícil convencer as duas dúzias de cobras que a Câmara amoita, mas é possível reagir e se revigorar, basta querer.

Com a invasão de seu Plenário por sindicalistas radicais, a Câmara ganhou a oportunidade de ressuscitar. De voltar a ser o espaço que abrigou Aldo Arantes, Darci Accorsi, Nion Albernaz, Haroldo de Britto, Iram Saraiva, Iris Rezende, Cidinha Siqueira, Jayme Máximo, Bráulio Morais e tantos outros políticos significativos.

A decisão cabe a Clécio Alves. Vai marcar sua passagem como mais um a envergonhar a cidade ou inscreverá seu nome entre os ilustres personagens à altura do povo de Goiânia.