O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), gastou R$ 5,8 milhões com cartão corporativo entre janeiro e agosto deste ano. Segundo a revista Crusoé, o valor é o maior da série histórica, iniciada em 2001, quando os presidentes passaram a utilizar a verba. A conta não inclui outros órgãos do governo, como a Agência Brasileira de Inteligência e o Gabinete de Segurança Institucional, que têm seus próprios cartões corporativos.
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Estão computados apenas aos gastos da família do presidente em viagens e as despesas domésticas, por exemplo. Para se ter uma ideia do que representa o valor despendido pelo clã presidencial, em toda a administração federal 2,8 mil funcionários públicos gastaram, em 2021, 131 milhões de reais por meio dos cartões.
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A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou, em maio, a investigação da verba gasta pelo presidente. A proposta de auditoria é do deputado Elias Vaz (PSB-GO), com aprovação do relator, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). “O cidadão tem o direito de saber como é gasto o dinheiro público”, defende Elias Vaz. Já Kataguiri define que é importante analisar se os recursos federais foram usados de forma legal.

Tribunal de contas
A partir da aprovação da proposta pela comissão, os gastos do presidente com cartões corporativos passaram a ser acompanhados em investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). Como os itens, compras e pagamentos seguem sob sigilo, determinado pela presidência, a apuração se dá com base na comparação de valores totais.
Resposta
Em meio à ofensiva do presidente contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores de 14 estados emitiram nota conjunta em solidariedade aos magistrados e suas famílias pelo que chamam de “constantes ameaçadas e agressões”. O texto, no entanto, não cita Jair Bolsonaro diretamente.
Na lista
Assinam o documento os presidenciáveis João Dória (São Paulo) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), além de Renato Casagrande (Espírito Santo); Ibaneis Rocha (Distrito Federal) e Waldez Goés (Amapá). Além deles, todos os governadores do Nordeste assinaram o documento. São eles: Rui Costa (Bahia); Flávio Dino (Maranhão); Paulo Câmara (Pernambuco); Camilo Santana (Ceará); João Azevedo (Paraíba); Wellington Dias (Piauí); Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte); Belivaldo Chagas (Sergipe); e Renan Filho (Alagoas). O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, não assinou a carta.
Pedidos
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), admitiu em entrevista à Sagres que “há interesse” na troca do atual líder da base governista na Câmara Municipal. Ele, no entanto, afirma que ainda não tem planos para efetivar a mudança.

Sem opção
Vereadores da base do prefeito, depois de terem indicado o nome de Sandes Júnior (PP), no início do mandato, agora reclamam da falta de interlocução com o Paço e que as demandas têm de ser lavadas individualmente o que, em vezes, causa desgastes. A questão é que Rogério Cruz ainda não enxerga opções viáveis para a troca entre os aliados.
Luta
A Câmara Municipal de Goiânia analisa proposta que institui 14 de março como o Dia Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política de Gênero. A proposta faz referência à data em que a parlamentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro foi morta a tiros na região central da cidade, em 2018. O caso nunca foi esclarecido pela polícia.
Justificativa
“Todas as pessoas deveriam ter direito de se expressar politicamente, de manifestar suas ideias e de lutar por seus direitos, independente de gênero. Ainda assim, mulheres são minoria nos partidos políticos e nas cadeiras dos parlamentos. São constantemente atacadas na vida e no exercício da atuação política”, argumenta a autora do texto Aava Santiago (PSDB).

Debate
A proposta prevê a inclusão no Calendário Oficial de Eventos de Goiânia e a realização e o incentivo, por parte do poder público, de ações, palestras e seminários em escolas e outros espaços municipais sobre Marielle Franco e a importância da luta contra a violência política em Goiânia.