Com a segunda onda pior do que a primeira onda em várias regiões do Estado de Goiás, as cidade se movimentam para tentar frear o avanço da Covid-19 nos municípios. Em entrevista ao Sagres Sinal Aberto, o prefeito de Ceres, Edmario de Castro Barbosa, contou que a cidade e mais 11 municípios preparam decretos, que devem ser publicados ainda hoje (19), semelhantes para o fechamento de atividades não essenciais. “Porque não adianta Ceres tomar uma providência e Rialma não, porque nossas comunidades são muito próximas umas das outras”.

As cidades da microrregião, ficam no São Patrício I, classificada como em situação de calamidade pela nota técnica da Secretária de Estado da Saúde de Goiás. Os municípios são os seguintes: Ceres, Rialma, Rianápolis, Carmo do Rio Verde, Uruana, São Patrício, Nova Glória, Ipiranga, Rubiataba, Itapaci, Nova América, Santa Isabel. O prefeito detalhou que mínimas diferenças serão notadas entre um decreto e outro, mas que a intenção é agir em conjunto.

“Sabemos que o comércio está sendo prejudicado, sabemos que eles têm as razões deles, mas nós temos que atender as orientações, as determinações do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde. Nós temos que ter compromisso com a vida do povo, nessa hora que a pandemia tem aumentado com a disseminação no nosso povo, entre as nossas comunidades”, declarou.

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Vale ressaltar que para os casos de calamidade, o entendimento das autoridades em saúde é de que haja a interrupção de todas as atividades, exceto supermercados e congêneres, farmácias, postos de combustível e serviços de urgência e emergência em saúde. A nota técnica define ainda que, caso seja observado piora nos indicadores, cada região manterá as medidas restritivas respectivas a cada situação por pelo menos 14 dias. As ações de controle de contágio serão avaliadas pela Secretaria de Saúde semanalmente.

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Edmario contou que representantes do comércio nas cidades foram à prefeitura, para questionar o decreto, mas que apesar de compreender a situação dos comerciantes e entender que eles não são o principal meio de difusão desse vírus, as ações tomadas são necessárias. “Nós temos normas a seguir, orientados pela Secretaria de Saúde, e temos o ônus das nossas obrigações como gestor”.

Orçamento limitado

O prefeito de Ceres detalhou que apesar do momento pior vivido em relação à pandemia, a cidade não tem tido ajuda financeira do Governo Federal. Ele conta que uma verba foi destinada à cidade no ano passado para que o município pudesse lidar com o coronavírus, mas que não restou nada.

“A nossa intenção era reivindicar junto ao Governo do Estado, junto ao Governo Federal, porque a nossa situação aqui é crítica e nós queremos, junto aos nossos deputados, junto aos nossos políticos, fazer o Governo Federal, principalmente, perceber a necessidade de nos dar apoio novamente para o Covid. Se nós estamos numa situação pior e não temos o apoio é muito mais difícil os municípios atenderem a população como é devido”, explicou.

Abertura de UTIs na região

Segundo Edmario, o Governo Estadual fechou uma parceria com um hospital particular da região para abertura de 12 UTIs, que devem ser instaladas, nos próximos 15 dias. Para o gestor, a medida vai desafogar a região, permitindo aos pacientes ficarem mais próximos.

Edmario explicou que Ceres tem uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Covid-19, responsável por atender toda a microrregião, mas que por se tratar de uma UPA, não comporta pacientes graves, já que não há possibilidade de internação e nem UTI. “Nós não temos mais espaço, nós não temos UTI. Essas pessoas precisam ser direcionadas onde o estado tem UTIs para atender a população”, afirmou o prefeito que ainda disse que os pacientes precisam ser transferidos para hospitais a cerca de 400 quilômetros da cidade.