Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O domingo foi de manifestações favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro na maioria dos Estados. Aconteceram atos em pelos menos 120 cidades do país. O cientista político, Francisco Tavares, analisou os atos pró-governo, em entrevista à Sagres 730 nesta segunda-feira (27). Para ele, não são protestos usuais como outros que ocorreram recentemente no Brasil.

“Esse protesto de ontem, tem uma característica que chama muito a atenção para quem estuda sociedade, é o fato de que houve em grande quantidade, uma série de reivindicações, de faixas, de palavras de ordem, que desafiava instituições de governo, muito especialmente, o parlamento, o Congresso Nacional, de maneira muito específica na figura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o judiciário na figura dos Ministros do Supremo Tribunal Federal” analisou.

O analista diz que o mundo de uma forma geral passa por um tempo em que existe uma forte negação contra as instituições representativas. “IÉ uma característica do nosso tempo, seja no Brasil, seja em vários outros países, uma cientista política italiana chama de ‘revolta contra os corpos intermediários’. Isso significa é um tempo histórico em que há sentimento de repulsa, de recusa muito significativo, contra imprensa, contra partidos políticos, contra o congresso, contra o poder judiciário, contra todas as instituições que constituem aquilo que a gente chama de Constitucionalismo Liberal Democrático”. 

Francisco Tavares avalia que os ataques aos outros poderes constituídos não era totalidade, mas não eram irrelevantes. “A primeira convocação desse protesto tinha uma hashtag no Twitter se chamava ‘vamos invadir o congresso’ depois isso foi se suavizando” ressaltou. “O que é possível dizer é, essa lógica anti-institucional não era a totalidade dos protestos de ontem, mas tampouco era irrelevante”. 

O cientista afirmou que os apoiadores de Bolsonaro acreditam no discurso dele de que está sendo perseguido por outras instituições. “Não resta a menor dúvida, que esse discurso chamado de anti-institucional tem lá a sua projeção popular, talvez menor do que os seus defensores gostariam e certamente maior do que aqueles que com eles não concordam avaliam” afirmou.

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