Foto: Giuliane Alves/Sagres On

O candidato à presidência, Ciro Gomes, cumpriu agenda em Goiânia nesta sexta-feira (21). Recebido com gritos de “Cirão das massas”, a Avenida Universitária parou devido a grande movimentação de pessoas com bandeiras e carros de som. Essa foi a primeira vez que o presidenciável do PDT veio à capital goiana durante a campanha eleitoral.

Em entrevista coletiva, o candidato deu preferência a jornalistas mulheres. O primeiro questionamento foi sobre o crescimento nas pesquisas do candidato do PT, Fernando Haddad.

“A gente precisa não transferir para as pesquisas o direito do cidadão de escolher o futuro da nossa nação. Esse momento que o Brasil está vivendo é muito grave, muito grave mesmo. Nós precisamos dar ao povo brasileiro o caminho de restauração do diálogo. Esse enfrentamento radicalizado tem arrastado o Brasil para o fundo do poço social e econômico. Desde 2014 Brasília não dá um dia de serviço para olhar o desemprego, a violência contra a mulher, a informalidade, o homicídio. É preciso que o Brasil encerre de uma vez por todas essa crônica de violência radicalizada e é por isso que eu estou na rua querendo recolher todos os brasileiros descentes, equilibrados e que tenham vontade de fazer o Brasil voltar a trabalhar em paz”, afirmou.

Na sequência, o presidenciável teceu elogios à deputada federal e candidata à reeleição, Flávia Morais, do PDT de Goiás. “É uma joia que o Brasil tem na política e o Brasil sabe que joias na política estão se raleando muito”, declarou.

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Foto: Giuliane Alves/Sagres On

Tucanos

O candidato também foi questionado sobre as críticas que teria feito ao governo FHC e da inexistência de uma aliança com o PSDB, de Geraldo Alckmin.

“A forma completamente descompromissada com a sorte do nosso povo que ele revelou no seu governo, tanto que o PSDB nunca mais ganhou nenhuma eleição no Brasil. É ele que aumentou o golpe. É ele que sustentou a agenda de reformas de Michel Temer e agora o que a gente tá vendo é que o PSDB está recebendo a repulsa do povo, como certamente aconteceria. Anote aí o que estou dizendo: tudo que ele (Alckmin) está fazendo é se preparar para votar no Haddad”, aponta.

Violência contra a mulher

Ciro Gomes também falou sobre a violência contra a mulher. Goiás ocupa as primeiras posições em índices de feminicídios no país.

“A violência no Brasil precisa ser enfrentada com outras leis, outras regras e outro sistema unificado de segurança pública, isso é o que está no meu programa. No concreto nós precisamos reforçar e fortalecer as delegacias que não são por regra treinadas para esse fenômeno novo que é a escalada sem explicação, a não ser por esse momento de ódio, racismo e de discriminação  contra as mulheres que está na política brasileira, mas é chocante, cresce uma conta de 500% a violência contra a mulher. Foram 60 mil estupros oficialmente registrados nos últimos 12 meses e é preciso que a gente enfrente isso como uma novidade gravíssima no nosso país”, analisa.

Eleitorado

Sobre conquistar os votos de eleitores considerados anti-PT, Ciro Gomes diz que não gosta do termo e atacou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. 

“Não acho que esse anti seja uma coisa boa para o Brasil. Acho que o Bolsonaro representa uma repulsa de uma parte da população brasileira à própria linguagem de degradação da política, mas a gente precisa com muita humildade reconhecer as razões da revolta do povo, mas pedindo a Deus que ensine ao nosso povo, que revolta sem causa é violência, revolta sem causa é ódio e ódio e violência nunca permitiram que nenhuma nação do mundo resolvesse os seus problemas”, define.

Amigo de Haddad

O presidenciável ainda respondeu sobre uma citação que Fernando Haddad teria feito, de que um presidente forte tem que ter autocontrole. Ciro Gomes afirmou que um presidente forte é aquele que cumpre a palavra depois que se elege.

“Presidente forte é aquele que cumpre a palavra depois que se elege para manter o respeito e a consideração do povo. Eu sou amigo do Haddad e nenhum de vocês vai conseguir fazer intriga entre mim e ele”, revela.

SPC

Ciro voltou a defender o bordão de campanha de que vai tirar o nome de brasileiros endividados do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC).

“São 63 milhões de brasileiros que estão com  o nome sujo no SPC, humilhado e isso se fosse um milhão de pessoas era problema pessoal, mas sendo 63 milhões é problema econômico, porque o principal motor de ativação da economia de geração de emprego é o consumo das famílias e se você tem 13 milhões de desempregados, 32 milhões de pessoas vivendo de bico e 63 milhões de pessoas desmoralizadas e humilhadas porque estão com o nome no SPC, é preciso ajudá-las. O projeto está pronto e eu vou ajudar a tirar todos os brasileiros do SPC”, afirma.

Provocação

Após a coletiva, o pedetista discursou em cima de um trio elétrico. Durante a carreata, foi atirada contra ele uma camiseta com os dizeres “Papai te ama-17”. Com a vestimenta em mãos, Ciro afirmou que quem a jogou era um “coitado”, uma vítima que acredita em Bolsonaro e em sua cultura de ódio, e concluiu chamando o candidato do PSL de “nazista”.