Você já ouviu falar em Comunicação Interventricular (CIV)? Trata-se de doença congênita, ou seja, que já está presente no momento em que a criança nasce. Aliás, essa cardiopatia se estabelece a partir de um buraco entre as cavidades do coração e acomete um bebê a cada 100 nascimentos. Além disso, a CIV desvia parte do sangue bombeado para o corpo, provocando uma série de sintomas.
A cardiologista da Unidade Clínica de Cardiologia Pediátrica do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Maria Angélica Binotto, explica que o diagnóstico já pode acontecer desde o estágio da gestação e é bem variável. Ademais, a malformação no septo do coração, que afeta a comunicação entre os ventrículos direito e esquerdo, pode ser única ou múltipla, assim como grande ou pequena.
No entanto, segundo Maria Angélica, nem todos os casos requerem cirurgia. “Em aberturas pequenas, existe uma possibilidade de redução do tamanho ou até mesmo fechamento espontâneo com o crescimento da criança”, esclarece a cardiologista em entrevista ao Jornal da USP.
Desse modo, as cirurgias se fazem necessárias quando há sobrecarga nas outras cavidades do coração e, em decorrência disso, sintomas cardíacos. Maria Angélica comenta que a operação específica da CIV é considerada de baixo risco e uma das mais simples, mesmo que necessite de circulação intracorpórea.
Em casos de comunicações interventriculares isoladas, quando passam por cirurgia, apresentam excelente evolução a longo prazo. Além disso, a partir do grande avanço no campo de operações cardíacas, segundo Maria Angélica, a comunidade médica é capaz de diagnosticar e tratar cardiopatias congênitas mais complexas em recém-nascidos atualmente.
Investigação
De acordo com Maria Angélica, com um bom acompanhamento médico, dificilmente haverá falta de diagnóstico. Ou seja, mesmo que o bebê não apresente sintomas, por exemplo, a partir de um exame clínico é possível perceber o sopro no coração típico da CIV. “Nessa situação, eu acho que o mais importante é uma boa avaliação e um bom segmento pediátrico”, avalia a médica.
Em casos com maior repercussão clínica, porém, outros sintomas já são mais perceptíveis nas primeiras semanas de vida. É caso do aumento do fluxo pulmonar, dificuldade na amamentação e em ganhar peso.
Com informações do Jornal da USP
Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 03 – Saúde e bem-estar
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