Bancos de desenvolvimento dos nove países que compõem a Bacia Amazônia lançaram, nesta segunda-feira (7), uma aliança internacional. A iniciativa visa a promoção de iniciativas para o desenvolvimento econômico sustentável na região amazônica. A chamada de Coalizão Verde foi anunciada em Belém-PA, onde os presidentes dos países amazônicos estarão reunidos nos próximos dias. A formação partiu de mobilização do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
BID e BNDES planejam investir US$ 900 milhões, o que representa quase R$ 4,5 bilhões em micro, pequenos e médios negócios na Amazônia brasileira. O crédito estará disponível por meio do programa Pró-Amazônia, cujo início está previsto para 2024. Ao todo, a coalizão reúne 19 bancos, que participarão do Programa de Acesso ao Crédito. “Hoje nós estamos entregando R$ 4,5 bilhões, e pode ter certeza de que isso é só o começo dessa parceria. Essa iniciativa, seguramente, vai ajudar a fomentar a economia local e, inclusive, aqui no caso do Pará e de Belém, na preparação da COP”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, no lançamento da Coalizão Verde.
O programa precisa agora ter aprovação pelo Senado e pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), órgão do Ministério do Planejamento e Orçamento. A instituição examina e autoriza a preparação de projetos ou de programas do setor público com apoio de natureza financeira de fontes externas. No entanto, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse durante a cerimônia que espera que esta aprovação seja rápida. Segundo ela, o programa pode ajudar a acabar com a polarização entre meio ambiente e desenvolvimento.
Coalizão Verde
“Não há forma de proteger a Amazônia sem desenvolver a região, oferecendo alternativas econômicas para a população. E crescimento econômico muitas vezes é sinônimo de avanço de pequenas e médias empresas”, avalia o presidente do BID, Ilan Goldfajn.
Foco
“De fato, grande parte do crescimento dessa região é impulsionado por pequenas e médias empresas, as vezes é um empreendedor individual, uma pessoa”, completa Goldfajn.
Funcionamento
Os empréstimos individuais concedidos pelo programa devem cumprir com as políticas de salvaguardas ambientais e sociais do BID e do BNDES. Por meio do Pró-Amazônia, empresas e pequenos empreendedores de múltiplos setores poderão receber financiamento. A verba deve ter direcionamento para modernização, expansão, aquisição de bens e equipamentos e inovação.
Desenvolvimento
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que, para combater o desmatamento, não bastam ações de comando e controle, como operações policiais e multas. Segundo ela, é preciso implementar ações de desenvolvimento sustentável para fortalecer alternativas para a região.
Chances
“A Amazônia tem lugar para todas as atividades. Tem lugar para o agronegócio de base sustentável, tem lugar para o turismo, tem lugar para o extrativismo, tem lugar para os povos indígenas, tem lugar para bioeconomia”, afirmou Marina. Ao final do encontro, as 19 instituições financeiras nacionais e internacionais assinaram um termo de cooperação, intitulado Declaração da Coalizão Verde.
Integração
A partir da assinatura, os bancos signatários da Coalizão se comprometem a trabalhar de forma coordenada e complementar. O foco será financiar projetos públicos e privados que permitam fomentar alternativas econômicas sustentáveis, inclusivas e positivas para o clima. Além de projetar soluções financeiras inovadoras, combinando recursos públicos e privados para mitigar riscos. E impulsionar a cooperação técnica para gerar um pipeline robusto de projetos e consolidar um novo modelo de desenvolvimento sustentável para a região amazônica.
Cúpula
Belém do Pará recebe nesta terça (08) e quarta (09), a Cúpula da Amazônia, que vai reunir líderes dos 8 países da região pan-amazônica. Eles debaterão temas de interesse comum na região e formular um documento para a COP28, a próxima conferência do clima da ONU, que acontece em novembro nos Emirados Árabes Unidos.
COP 30
O evento, assim como os Diálogos Amazônicos, que reuniram diversas entidades da sociedade civil no final de semana, representa um preparativo para a COP30, que ocorre na capital do Pará em 2025.
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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática; ODS 15 – Vida Terrestre; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.