Em má fase no Campeonato Brasileiro, o Goiás Esporte Clube ocupa a última posição da Série A. Com apenas nove pontos conquistados em 11 jogos, o time esmeraldino foi derrotado nas últimas duas partidas, ambas em casa. Em meio a isso, após treinamento visando o jogo deste sábado, contra o Atlético Mineiro, os atletas se depararam com uma cena inusitada no CT Edmo Pinheiro na tarde da última quinta-feira (8).

Autorizados pela diretoria executiva do clube, que já havia se reunido com torcedores anteriormente, representantes da Torcida Força Jovem Goiás tiveram um encontro com os jogadores da equipe principal. A cobrança ao elenco, inclusive em tom de ameaça, foi repercutida nacionalmente e também serviu de pauta para os comentaristas da Sagres, que analisaram se pode mudar o desempenho do time na temporada.

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Para Téo José, “o que fica claro para mim é que essa atual diretoria não tem condições de estar à frente do Goiás. Foi essa diretoria que fez o planejamento, contratou esses jogadores e que também convidou esses mesmos torcedores para uma conversa durante esta semana e a passada. Os torcedores fizeram reivindicações e não tenho dúvida de que nenhuma será atendida”.

“Agora, expor os jogadores aos torcedores já é demais. Esses jogadores não têm a qualidade que torcedor precisa e quer, e isso entendo bem, mas isso também não quer dizer que precisa expor o grupo. Acho que essa diretoria já está passando dos limites, transferindo responsabilidades e, a cada ato, mostra que não pode estar à frente do Goiás Esporte Clube. Então, resumindo, eu diria: pede para sair”, completou.

Evandro Gomes, por sua vez, recordou que “dias atrás, um grupo de torcedores do Goiás, cerca de meia dúzia de jovens, foi à Serrinha para um protesto e lá estavam dezenas de policiais. Revistaram, deram o chamado ‘baculejo’ e não permitiram a entrada. Acabou ali o protesto, e a polícia até foi criticada por isso. Ontem, torcedores chegaram, entraram, não tinham policiais para a mesma revista, reuniram o grupo de jogadores e conversaram”.

“Até aí, tudo bem, só que o cidadão que tomou a palavra falou em tom de ameaça. O tom de ameaça é que é perigoso, porque quando o cidadão vai daquela forma, ele vai preparado para tudo. Acho que a diretoria do Goiás deve ter permitido a entrada e liberado ‘falem o que quiser’. Às vezes, aquilo que a diretoria queria falar e não teve coragem, botou os torcedores para falarem aos jogadores. Se isso resolvesse, muitos clubes no Brasil só estariam vencendo, porque ameaça e protesto tem todos os dias”, finalizou.

José Carlos Lopes seguiu outro caminho e afirmou que “sou favorável a todo momento de reivindicações que aconteçam pelos caminhos legais, e é isso que está ocorrendo com a torcida Força Jovem Goiás, que está indo pelos caminhos previstos na Constituição. Uma cobrança mais forte e sistemática parece uma intromissão na relação de trabalho entre a diretoria e os jogadores, mas a torcida não é o maior patrimônio do clube?”.

“O maior patrimônio só é visto para comprar o plano de sócio-torcedor, pagar ingresso e comprar camisa? Não, o torcedor também deve ser ouvido nessas horas. Acho que foi um movimento legal e sou favorável. Acho que deve dar um resultado positivo, porque, diante de tantas cobranças, da diretoria e da torcida, uma hora ou outra esses jogadores terão que render mais”, justificou o comentarista.