Fotos: Reprodução/SagresTV

No Colégio Estadual Dom Fernando 1, Região Leste de Goiânia, todas as salas de aula são climatizadas. E tudo começou com o questionamento: o que fazer com os pingos d’água que saem dos aparelhos de ar-condicionado? A diretora Odalisa Brasil diz que com os pingos as paredes ficavam mofadas e que guardava a água em baldes, mas havia o risco de virar criadouro para o mosquito da dengue.

Então, professores e alunos se reuniram para achar uma solução. Em cada dreno do ar-condicionado foi acoplada uma mangueira. Nenhuma gota d’água é desperdiçada. Tudo é canalizado para o funcionamento da recém-criada horta hidropônica, ou seja, que não utiliza terra. A estrutura da horta é feita com canos de pvc e para que a água não pare de circular ali, foi usada uma estratégia simples. 

“O motor de um aquário garante que a água não pare de circular”, conta a aluna Amanda Karoline, de 17 anos, que cursa o 2º ano do ensino médio. “Os professores passavam as ideias e a gente ia para a internet pequisar como seria a execução”, conta Yuri Costa, de 17 anos, também aluno do 2º ano.

Faz 15 dias que ocorreu a primeira colheita da horta hidropônica, uma beleza de alfaces de couves que foram usadas na cozinha da própria escola.

Outro desafio

Na parte alta do colégio, a água é bombeada naturalmente, por gravidade. Então, surgiu mais desafio. Como bombear a água que sai dos equipamento de condicionado da parte baixa da escola? A solução foi usar a energia solar, produzida por uma placa fotovoltaica. Charles Borges, professor de Matemática, diz que é usada energia vinda da placa para bombear a água depositada num tambor. Pelos canos, a água é levada para a parte alta. A água bombeada dessa forma é usada para molhar a grama, e ainda uma outra horta, convencional, que os alunos estão preparando, plantada em 6 manilhas de concreto. Em baldes, eles ainda levam água para molhar 8 mudas de espécies frutíferas e do cerrado que plantaram na praça ao lado do colégio.

Mais projetos sustentáveis

Em cada sala de aula da escola foi colocada uma caixa de papelão, onde alunos deixam papéis, garrafas plásticas, enfim, o que pode ser reciclado. Uma vez por semana, tudo é recolhido e levado para uma cooperativa de reciclagem que fica no próprio bairro. Assim, ajudam a aumentar a renda dos cooperados, lembrando que muitos deles são pais de alunos da escola.

E os inventos não param. Uma mangueira enrolada em forma de serpentina em cima do telhado da escola capta o calor do sol. Assim, é possível levar água quente para o chuveiro e torneiras do banheiro. E tem também um aparelho chamado biodigestor, feito com tambor plástico e câmara de ar. O biodigestor processa matéria orgânica, que é transformada em gás para uso, por exemplo, na cozinha, e para geração de fertilizante que pode ser utilizado nas hortas.

Os alunos também criaram um pergolado, uma estrutura decorativa que costuma ser construída em jardins, varandas ou pátios. Em breve, o local deve estar coberto pois foram plantadas 8 mudas de maracujá. Será usado como sala de aula alternativa.

Com tantos projetos, é possível dizer que esta se trata de uma escola sustentável. Alessandra Soares, coordenadora pedagógica, diz que os 850 alunos têm aprendido bastante com os projetos. “Aprendem conceitos de matemática, física, biologia, ecologia, sustentabilidade e trabalho em equipe. E a ideia é que reproduzam em casa o que têm aprendido aqui”, diz.

Confira a reportagem de Silas Santos

{source}
<iframe width=”560″ height=”315″ src=”https://www.youtube.com/embed/hFhnNZZZuPE” frameborder=”0″ allow=”accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture” allowfullscreen></iframe>
{/source}