O principal título do Atlético Goianiense em seus 84 anos de história foi conquistado em 2016. De desacreditado após uma campanha ruim no estadual, o rubro-negro se tornou o Campeão Brasileiro da Série B mudando apenas duas peças de uma competição para outra: o volante Michel e o técnico Marcelo Cabo.

Enquanto o atleta, com 26 anos na época, veio como uma aposta do Grêmio Novorizontino, o treinador buscava projeção nacional após bons trabalhos em times menores do Rio de Janeiro. Com Marcelo Cabo no comando e a chegada de Michel, o Atlético-GO montou a equipe que desbancaria Vasco, Bahia, Avaí e Goiás, times com um poderio financeiro mais alto.

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Formação e time-base

O time-base do Dragão no Campeonato Brasileiro da Série B tinha: Kléver (Marcos); Matheus Ribeiro, Marllon, Lino (Ricardo Silva), Romário; Pedro Bambu, Michel; Jorginho, Gilsinho, Magno Cruz; Júnior Viçosa.

Apesar do final feliz, o início da campanha foi bastante conturbado. Logo na primeira rodada o goleiro Márcio, ídolo do clube e o atleta que mais vestiu a camisa atleticana, acabou se lesionando e só retornou ao time na 13º rodada. O seu substituto imediato foi Kléver, que também se machucou e deu lugar à Marcos. Após disputar mais cinco partidas, Márcio deu uma reviravolta na carreira e acabou se transferindo para o rival Goiás. Daí em diante Kléver assumiu a titularidade e foi quem terminou o campeonato com a camisa 1.

No elenco também vale a pena destacar nomes que, apesar de não serem titulares absolutos, foram importantes durante a campanha vitoriosa, como o zagueiro Ricardo Lima, o meia-atacante Luiz Fernando e o atacante Alison.

Números

O Atlético-GO conquistou o acesso de forma antecipada ao vencer o Londrina por 3 a 2 no Estádio do Café na 35º rodada. O título veio na rodada seguinte ao derrotar o Tupi no Estádio Olímpico por 5 a 3 e a equipe goiana fechou o torneio com ‘chave de ouro’ vencendo o Bahia por 2 a 1 .

O rubro-negro terminou a Série B de 2016 com o título brasileiro, 76 pontos – 10 a mais que o segundo colocado – 22 vitórias, 10 empates, 6 derrotas e 66,7% de aproveitamento. Além disso, foi o dono do melhor ataque da competição com 60 gols marcados e teve sua defesa vazada em 35 oportunidades.

Personagem

Técnico Marcelo Cabo foi peça importante para o título em 2016 (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Ficou nas mãos do carioca Marcelo Cabo, de 50 anos, a missão de levar um time eliminado precocemente no Campeonato Goiano ao acesso no Campeonato Brasileiro com poucos dias de preparação.

“Na época a equipe tinha sido eliminada no estadual pelo Anápolis e teve um período de preparação de duas semanas para o início da Série B. O grupo estava com a auto-estima baixa por ter perdido na semifinal, mas era muito qualificado e tinha muito valor. Claro que o Atlético-GO de 2016 quando eu cheguei não tinha a estrutura que tem hoje, nesses anos a instituição cresceu muito em termos de estrutura e gestão. Foi um ano muito, muito, muito importante na minha vida e na minha carreira, que culminamos no título da Série B”, disse o atual treinador do Vasco à Sagres.

O técnico destacou que o ambiente construído fora das quatro linhas também foi essencial para o bom desempenho dentro de campo. Sem o Antônio Accioly, o rubro-negro fez do Estádio Olímpico a sua casa durante o torneio.

“O segredo da conquista foi a união que tínhamos entre diretoria, comissão técnica, jogadores e, principalmente a torcida. A torcida do Atlético-GO nos abraçou naquele título de uma forma impressionante, da reinauguração do Olímpico até o título diante do Tupi e a vitória diante do Bahia no último jogo. Era uma coisa impressionante essa sinergia entre a torcida e o Atlético-GO. Nós construímos ali uma verdadeira família e foi muito importante toda essa união que tivemos para conquistarmos o maior título da história do clube”, afirmou Marcelo Cabo.

Técnico Marcelo Cabo comemora título da Série B com a torcida (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Repórter Rafael Bessa relembrou momentos que marcaram a história do Atlético-GO. Neste vídeo ele traz personagens que se tornaram ídolos do torcedor rubro negro nas temporadas 1964, 1971, 1990, 2007, 2010, 2016 e 2020.