Seis títulos do Campeonato Goiano – 2007, 2010-11, 2014 e 2019-20 -, dois troféus do Campeonato Brasileiro – Série C de 2008 e Série B de 2016 -, três acessos para a Série A, seis temporadas na elite do futebol nacional e duas classificações para a Copa Sul-Americana. Ao longo dos seus 84 anos de existência, desde 2 de abril de 1937, o Atlético Clube Goianiense nunca teve um período tão vencedor como nos últimos 15 anos.

Em uma década e meia, o ‘Dragão’ superou jejuns de títulos e problemas administrativos para não apenas voltar a ser uma grande força do futebol goiano, mas também chamar atenção no cenário nacional. Na temporada em que buscava a consolidação na elite, o time rubro-negro foi além e conquistou ainda a sua melhor campanha no Brasileirão, com recorde de pontos, vitórias e o retorno à uma competição internacional.

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Durante essa época, uma figura constante: Adson Batista. Mais do que um executivo do futebol, se tornou o principal gestor do clube campineiro em todos os setores. É impossível não falar do sucesso atual atleticano sem mencionar o trabalho do hoje presidente rubro-negro. Em uma matéria especial de Nathália Freitas, com produção de Éder Pimenta e Rui Costa, a Sagres celebrou o 84º aniversário do Atlético com o seu maior dirigente.

Adson Batista, presidente executivo do Atlético-GO, em entrevista à Sagres (Foto: Rafael Bessa/Sagres Online)
Início do trabalho

Sentando na arquibancada de onde viu o Atlético retornar para a primeira divisão do Goianão, com a goleada por 6 a 0 sobre a Rioverdense, na Divisão de Acesso de 2005, quando ainda não havia assumido a direção de futebol do clube, Adson contou sobre o começo do trabalho. Na época, “era um clube tradicional, mas um clube sem estrutura e muito sofrido buscando um espaço no futebol que não tinha no cenário local e nacional”.

De acordo com o dirigente, “isso foi conquistado. Hoje temos espaço no futebol brasileiro, um clube respeitado e que honra com os seus compromissos. No futebol goiano também, hoje somos referência. Tínhamos apenas nove títulos, hoje temos quinze e podemos conquistar mais, porque o time está no caminho certo, então o torcedor atleticano tem que sentir muito orgulho de tudo isso”.

Ressurgimento do Dragão

Sobre o que mais evoluiu no clube no período, Adson Batista ressaltou que “em tudo. Na sua estrutura, no estádio e, graças a Deus, o está na Série A. Sinto que o Atlético deu um salto gigantesco. O grande desafio agora é continuar crescendo, porque se acomodar ou perder a humildade e a essência de que foi feito tudo isso aqui, pode ter certeza que em qualquer intempérie cai e o tombo é feio. Sabemos que tem que sempre procurar a excelência, melhorar, evoluir e buscar estar atento a tudo para não ser surpreendido”.

Da segunda divisão do Goianão para a Sul-Americana, o presidente rubro-negro não imaginava tamanho crescimento. “O meu sonho era chegar à Série B do Brasileiro, já era o ápice para um time que não tinha série e estava subindo para a primeira divisão goiana. Eram muitos desafios e, com toda a sinceridade, não acreditava, mas ficamos mais fortes tudo e conseguimos isso”, destacou o dirigente.

Adson Batista, presidente executivo do Atlético-GO, em entrevista à Sagres (Foto: Rafael Bessa/Sagres Online)
Estádio Antônio Accioly

Apesar de possuir uma casa própria, as grandes decisões do Atlético ao longo da sua história foram protagonizadas nos estádios Olímpico e Serra Dourada. O principal título, da Série B de 2016, inclusive, foi conquistado no ano da reinauguração da tradicional praça do futebol goiano. Após anos de esquecimento, o clube conseguiu recuperar e transformar o Antônio Accioly, o verdadeiro reduto dos campineiros.

Questionado sobre sonhar em ver uma grande conquista no ‘Castelo do Dragão’, Adson Batista reforçou que “não tenha dúvida, e espero que seja o mais breve possível. Uma grande conquista que pode acontecer, e evidente que temos grandes adversários e o futebol se resume a momentos, mas o Atlético nunca foi tricampeão, então espero que possamos atingir essa meta. O Vila já conseguiu, o Goiás também, então seria um sonho”.

“Evidente que o Atlético hoje tem muita coisa importante, mas o Accioly, para o atleticano, é a referência. É a história de Campinas, onde o Atlético foi fundado, então é um estádio muito rico e presente em todo o momento do Atlético”, ponderou o dirigente, que “nesse primeiro momento, espero que a vacina possa resolver o problema dessa pandemia, é o maior clamor de todos. E que o torcedor possa voltar e que o Atlético possa aumentar o seu estádio com o crescimento da sua torcida”.

Novas ambições

Nos 84 anos de aniversário, além do tricampeonato estadual nesta temporada, “desejo muito sucesso para o Atlético, que tenha muita unidade e consiga ser um clube em que as pessoas que são atleticanas e carregam o escudo sempre pensem no clube. Não fiquem como em muitos clubes com muita briga interna, porque isso é muito negativo, que todo mundo reme, entenda, respeite e valorize aquelas pessoas que fazem o bem para o clube, porque a memória no futebol é muito curta”.

Com 16 anos de trabalho, e os próximos 16? Em 2037, o clube completará 100 anos desde sua função. Para Adson Batista, “se o Atlético continuar da forma como está hoje, um clube preocupado com a sua administração, o seu equilíbrio financeiro, a sua organização e, acima de tudo, deixando sempre a vaidade de lado e pensando grande, vai figurar entre os grandes do futebol brasileiro, não tenha dúvida disso”.

Um título nacional, na visão do dirigente. “acontecerá naturalmente. Se você buscar espaço tendo gestão séria, profissional e organizada, não tendo pessoas fazendo política dentro do clube e trabalhando contra o clube, pode ter certeza que o Atlético vai figurar. Lógico que isso é um achismo, mas vejo que em todos os clubes que cresceram no país o caminho não foi outro a não ser tendo gestão séria, profissional, organizada e de maneira visionária”.