O candidato Gustavo Petro, de esquerda, saiu na frente na disputa presidencial da Colômbia. No pleito de domingo (29), ele obteve 40,4% dos votos, seguido pelo candidato independente Rodolfo Hernández, chamado de ”Trump tropical”, que teve 27,9% dos votos.

O professor de História e Geopolítica, Norberto Salomão, do podcast Sagres Internacional, explica que Petro, se vencer no segundo turno, será o primeiro presidente esquerdista da Colômbia.

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”A Colômbia é o único país da América Latina que não teve ainda um governo propriamente da esquerda, isso porque a política daquele país é muito conservadora”, afirma Salomão.

A história das eleições na Colômbia já teve episódios trágicos. Políticos reformistas de esquerda que chegaram perto do poder no país, como Jorge Eliécer Gaitán, em 1948, e Luis Carlos Galán, em 1989, foram assassinados, o que resultou em ondas de violência. Nesse ano, Petro chegou a cancelar um evento após sofrer ameaças de morte.

Segundo Norberto Salomão, mesmo com um histórico violento contra opositores das gestões mais conservadoras, fatores como pandemia e crise econômica fizeram alavancar os números de Gustavo Petro, que já foi candidato em 2010 e 2018, derrotado em ambas as oportunidades.

”Outros chegaram próximos do que ele está chegando e foram assassinados. Na Colômbia, a política é bastante violenta e há um conservadorismo que sempre garantiu aos grupos de centro e de direita chegarem ao poder”, avalia.

Para vencer no primeiro turno na Colômbia, é preciso que o candidato tenha mais de 50% dos votos. O segundo turno acontece no dia 19 de junho.

Senador ex-guerrilheiro, pesa contra Petro uma denúncia na Espanha de que ele teria sequestrado um jornalista espanhol. ”Se os familiares desse jornalista quiserem alguma reparação, a Corte de Madri irá processar Gustavo Petro”, analisa Salomão.

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