O Goiás Esporte Clube emitiu na última terça-feira (27) uma nota oficial em que explica que terá de demitir funcionários por causa da crise financeira. De acordo com o comunicado, contratos com fornecedores também serão revisados para que o clube consiga se adequar à nova realidade, já que além das dívidas, não conta mais com o dinheiro da televisão – principal receita do clube – por causa do rebaixamento para a Série B.

De acordo com o repórter André Rodrigues, responsável pela cobertura do Goiás no Sistema Sagres de Comunicação, até julho, o número de funcionários demitidos no clube pode chegar a 100. São corretas as medidas tomadas pela diretoria esmeraldina? Os comentaristas da Sagres analisam.

Evandro Gomes

“Assim é a vida. Você gasta demais um dia pra depois não ter no outro. Goiás esnobou por muito tempo. Soberba, Série A, muito dinheiro em caixa, carro para presidente, cartão corporativo, viagens de todas as formas, contratações de favores dentro do clube, pessoas que pouco fazem e que ganham muito lá dentro, e agora os menores vão pagar o pato. Será que vão cortar também premiações para jogadores de futebol ou estão tirando daqueles menores para aplicação em atletas cujo o futuro profissional, você não tem a menor ideia do que possa acontecer. De repente você corta duro na carne hoje, mas não sabe se terá recompensa amanhã”.

Cléber Ferreira

“Pra mim não foi nenhuma surpresa as medidas tomadas pelo Goiás para sanear financeiramente o clube. O Goiás hoje é um clube de Série B com despesas de Série A. Goiás arca com consequências de muitas extravagâncias feitas com dinheiro do clube no passado. O clube tem uma máquina administrativa inchada, com muitas pessoas para a realização de uma mesma função e deve ser cortado. É uma pena que tenha desemprego previsto para 80 servidores, mas o Goiás não tem saída. O Goiás toma esse remédio amargo agora ou corre o risco de falir”.

José Carlos Lopes

“Esse pacote de medidas de restrição ao gasto no Goiás é necessário. Há muito tempo que se cobra do Goiás o enxugamento da máquina. A estrutura é grande, mas havia exagero, até denúncias de que o Goiás tinha se tornado um cabide de empregos. Portanto a diminuição dos gastos com pessoal, diminuição da frota de veículos, a suspensão das gratuidades, são medidas drásticas para um clube de futebol, mas o Goiás precisa passar por isso. O Paulo Rogério Pinheiro está tomando a decisão que muitos outros presidentes deviam ter tomado. Infelizmente é muito ruim você apoiar medidas como a demissão de pessoal em momento tão difícil de pandemia, mas o Goiás não suportava mais o tamanho da máquina. Paulo Rogério está tendo coragem. O remédio é amargo, mas necessário”.