O projeto Bola de Ouro existe há seis anos, no Jardim Curitiba 3, na região noroeste de Goiânia. A princípio, a intenção do idealizador Paulo Victor era contribuir para a formação de crianças e jovens da região, através dessa iniciativa esportiva. De acordo com Paulo Victor, o projeto é uma forma de fazer com as crianças de hoje tenham a mesma oportunidade que ele teve, quando jovem, através do esporte.

“Em 2015 a gente planejou esse projeto, visando dar oportunidade a crianças e adolescentes da região, através do esporte. Eu fui aluno do projeto Draulas Vaz, que foi um grande comentarista, e o projeto abrigou mais de 15 mil crianças, em Goiânia. Então, eu tinha esse sentimento de quando tivesse um tempo, iria me dedicar à minha comunidade, para dar oportunidade aos jovens de hoje, a mesma que tive lá nos anos 2000. Juntei amigos, parentes e comerciantes para que a gente pudesse criar o Bola de Ouro, que é muito mais que uma escolinha. É uma entidade social, que cuida das pessoas”, explica Paulo Victor.

Paulo Victor Projeto Bola de Ouro
Foto: Paulo Massad / Sagres Online

Embora não exista nenhum tipo de apoio político, o idealizador conta com a ajuda das próprias famílias dos alunos, amigos e comerciantes, para manter o projeto em funcionamento. Ainda assim, Paulo Victor sabe o bem que está proporcionando para sua comunidade. “O esporte transforma qualquer vida. Estamos formando essas crianças e adolescentes como homens. Então, a gente acompanha na escola, fora da escolinha, o que está acontecendo nos bastidores”, enfatiza.

Assista a reportagem:

Parceiro de longa data no projeto Bola de Ouro

Cássio Vinícius Projeto Bola de Ouro
Foto: Paulo Massad / Sagres Online

O professor da escolinha, Cássio Vinícius, está envolvido no projeto há cinco anos. Assim como o idealizador do projeto, Paulo Victor, o professor Cássio sabe da importância da iniciativa e revela o crescimento e a ajuda que o projeto oferece às crianças, principalmente fora da área do esporte.

“O esporte é um grande aliado, uma grande ferramenta na construção de homens, mulheres, cidadãos de bem. Hoje, temos na escolinha algo em torno de 100 alunos e, graças a Deus, todos esses alunos respeitam a sociedade. Às vezes, a gente chega aqui na quadra e tem alguma questão de estrutura, eles são acostumados a pegar o lixo, colocar na lixeira. Então, não tenho reclamação da comunidade, que tem todo o direito de chegar e falar que algum aluno fez alguma coisa”, conta.

Ainda na mesma resposta, Cássio Vinícius destaca a transformação que o esporte faz na vida dos jovens. “O esporte traz para eles essa responsabilidade social não só dentro do futebol, mas dentro de casa com a família, no colégio. Peço que foquem lá, pois se não virarem um jogador de futebol, pelo menos será um cidadão de bem, correto, que vai seguir o caminho certo na vida”, declara Cássio.

Visão do aluno sobre o projeto Bola de Ouro

Felipe de Paula Aluno Bola de Ouro
Foto – Paulo Massad / Sagres Online

Uma das crianças beneficiadas pelo projeto é Felipe de Paula, de 14 anos, que faz aulas na escolinha Bola de Ouro praticamente desde o início do projeto. Embora ainda tenha toda a vida pela frente, alguns objetivos já são bem claros na vida de Felipe. O jovem também reconhece a importância do projeto para a comunidade. “É muito bom porque tira muita gente das drogas, ajuda muitas crianças. Quero virar jogador, ajudar minha família e fazer um projeto assim, para ajudar muita gente também”, conta Felipe.

O olhar de quem venceu na vida através do esporte

Neto Gaúcho ex-jogador Vila Nova
Foto: Paulo Massad / Sagres Online

O ex-zagueiro Neto Gaúcho atuou no Vila Nova em 2013 e decidiu fixar residência em Goiânia. Coincidentemente, Neto Gaúcho chegou a contribuir no início do projeto Bola de Ouro e, inclusive, palestrou na inauguração da escolinha. Assim, com uma história vitoriosa, Neto Gaúcho relembra os primeiros passos.

“Hoje, com 38 anos, olho pra trás e percebo que tudo que eu fiz valeu a pena, principalmente porque o futebol não me deu apenas a realização de um sonho. Me ajudou a formar o ser humano que sou, com conceitos éticos e morais, me ajudou a ser o pai que sou hoje, criando meus filhos para sociedade que está a caminho”, afirma Neto Gaúcho.

Embora seja uma prática esportiva, Neto Gaúcho lembra como as escolinhas surgiram em sua cidade, Taquari-RS, e a melhora comportamental das crianças com o auxílio do esporte.

“A escolinha nasceu até para ocupar o tempo ocioso das crianças. Foi um pedido dos pais que tinham os filhos que estudavam de manhã e tinha a parte da tarde livre. Então, as atividades começaram e foi percebida a melhora de comportamento, de compromisso, disciplina na escola, já tendo objetivos muito cedo”, lembra.

A vitória de um Anônimo

A VITÓRIA DE UM ANÔNIMO
Divulgação

Por fim, Neto Gaúcho lançou um livro: “A vitória de um Anônimo”. Segundo o ex-zagueiro, o livro foi escrito para mostrar um pouco de sua carreira, como foi o início, além de explicar como funciona o mundo esportivo, que também tem dificuldades, lutas diárias, e incentivar as pessoas a correrem atrás de seus sonhos.

“Eu vejo nesse livro um pouco da minha história, a gratidão às pessoas que me ajudaram, as pessoas que vão ser ajudadas por esse livro, porque conta uma história e fala muito sobre resiliência, superação e dá dicas de como fazer seu sonho se tornar realidade. Se você não bater na porta e correr atrás dos sonhos, ninguém vai bater na sua porta e te apresentar uma oportunidade. Então, faça você por você mesmo. Nós vivemos de probabilidades. Aumentar sua probabilidade é responsabilidade sua, é dever seu”, concluiu Neto Gaúcho.