Em julho deste ano, uma nova medida para assegurar igualdade salarial entre homens e mulheres foi oficializada pelo Governo Federal. A Lei 14.611, prevê novas formas de punição e de fiscalização para empresas no país.

No episódio do Conexão Sagres desta quarta-feira (12), a jornalista Jéssica Lima recebe duas especialistas para reflexão sobre o assunto. Entre elas, a advogada trabalhista e secretária adjunta da comissão do direito do trabalho da OAB Goiás Esther Pitaluga, e a professora do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Andrea Vettorassi.

Conexão Sagres

Em 2022, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a diferença existente entre o salário de homens e mulheres era de 22%. Nesse sentido, com a nova medida, o objetivo é assegurar que homens e mulheres na mesma função recebam a mesma remuneração.

A advogada trabalhista Esther Pitaluga explica que a necessidade de igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho já aparecia em outros marcos legais. No entanto, a nova Lei estabelece formas mais rígidas de fiscalização e punição.

“Já deveria haver essa equidade entre funcionários com o mesmo cargo. Mas não havia fiscalização. Então, essa lei vem garantir a equidade salarial e busca a transparência. As empresas devem mostrar para os funcionários que todos estão recebendo igual”, aponta.

Assista ao programa na íntegra:

Além disso, o programa também aborda os comportamentos sociais que prejudicam a entrada e permanência de mulheres no mercado de trabalho. Nesse sentido, ainda é notória a presença de falas discriminatórias e de pensamentos que inferiorizam a presença da mulher em postos de trabalho, principalmente em cargos “mais altos”.

Segundo pesquisa realizada pela empresa Vagas.com, cerca de 70% das mulheres presentes na pesquisa tiveram que responder sobre filhos ou planos de engravidar, durante entrevistas de emprego.

“Ninguém pergunta para o homem onde está a sua criança enquanto ele está exercendo o seu trabalho ou em momentos de lazer. Nós somos o tempo todo questionadas”, afirma a professora da UFG, Andrea Vettorassi.

Carga mental

Nesse contexto, é comum o uso do conceito de “duplas” ou “triplas” jornadas, em que mulheres precisam conciliar múltiplas responsabilidades e expectativas sociais. Diante disso, os efeitos na saúde mental aparecem como resultados diretos.

“Nós somos seres humanos. Se estamos no trabalho, e o seu filho está doente em casa, sua cabeça está ali também”, conclui Esther Pitaluga.

Dessa forma, as convidadas destacam a importância de que essas mulheres sejam acolhidas e que o trabalho na esfera privada também seja valorizado.

“Na vida e nas relações práticas, isso está o tempo todo interligado. Nós nem sabemos direito onde começa o público ou onde termina o privado. Seria importante que nós pudéssemos olhar de forma mais empática”, sugere a professora Andrea Vettorassi.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 5 – Igualdade de Gênero.

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