Além de saber como organizar as contas, outra parte importante das finanças pessoais é escolher bem as formas de investir. Mais do que uma reserva para a aposentadoria, o mercado de investimentos também pode criar novas alternativas de renda.

A curto prazo, a reserva emergencial é o primeiro passo para investir. De acordo com Luiz Carlos Ongaratto, mestre e professor em Economia, se trata “daquele dinheiro que eventualmente você terá uma emergência naquele dia, mês ou período sem ter de onde tirar do salário”. Ou seja, “terá que ter uma reserva muito rápida para poder utilizar”.

Segundo o especialista, o valor que cubra um gasto trimestral é o ideal para a reserva, “porque seria mais ou menos o tempo caso fosse demitido até arranjar outro emprego. É esse período em média”. O mesmo se aplica para casos de doença, de tal forma que o plano de saúde não cubra ou o SUS não atenda a tempo.

Isto é, “uma doença que tenha afastamento do trabalho. Naquele período que você fica entre receber o benefício e não estar mais recebendo o salário da empresa, é mais ou menos esse tempo de três meses”, acrescentou.

Aposentadoria

Outra forma de investir é ter uma reserva para a aposentadoria. Ainda que esteja distante da idade ou do tempo de aposentar, é importante se preparar para o futuro. Ongaratto ressaltou que “a terceira idade é a fase que diminuímos a nossa renda, então tenho que ter um complemento dessa renda para manter o meu patamar”.

“Não necessariamente precisa ser um título de previdência privada, mas pode ser algo que corrija minimamente o teu dinheiro pela inflação”, explicou. De acordo com o economista, investimentos de renda fixa são bons caminhos para planos de aposentadoria, como CDB, Tesouro Direto e Tesouro RendA+.

Construir patrimônio

“O terceiro estágio de investimento”, aponta Ongaratto, “seria construir um patrimônio”. A partir dele, “você realizará objetivos e terá várias finalidades. A dica que dou é: sempre guarde dinheiro com um objetivo. Se não tiver, guarde”. No entanto, “o ideal seria ter um objetivo, porque você consegue materializar aquilo que é muito abstrato”.

Segundo o especialista, “gastar e ganhar dinheiro é muito abstrato. Se você coloca objetivos, as coisas começam a se tornar mais palpáveis. Assim como o mapeamento de todas as despesas e receitas que tem – ganhos e gastos, porque se torna cada vez mais real. Não é somente um número que está entrando e saindo da conta”.

Renda passiva

Por fim, o último passo nos investimentos é a renda passiva. “Uma renda passiva”, explica o economista, “tem a ver com que você não trabalhe e ganhe dinheiro com alguma coisa. Dentro do mercado financeiro, o principal produto de renda passiva são os fundos imobiliários e as ações”.

Ongaratto pontuou que “os fundos imobiliários são como se você investisse em uma casa, um imóvel de aluguel, para ter a renda desse aluguel. Mas você pode ter o patrimônio que quiser, não necessariamente precisa ter uma casa”.

Ademais, “a ação é um produto que não é muito popular no Brasil, porque temos aquela ideia de que é um produto de especulação. Na verdade, a ação você é o sócio de uma empresa. Tem várias empresas no Brasil que você pode comprar ações e ter dividendos”.

“Aquela empresa paga os seus acionistas, que pode ser a cada três, quatro, seis meses ou todo ano, mas periodicamente paga os seus investidores e acionistas. Com isso, além do valor da ação, você ganha o valor do dividendo, que é o lucro, então você também lucra com isso e tem a sua renda passiva”, completou.

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