A cidade de Aparecida de Goiânia trabalha em duas frentes para comprar doses da vacina contra a Covid-19. Segundo o secretário da Fazenda do Município, André Luiz Rosa, em entrevista à Sagres, o caminho mais promissor é o Consórcio Nacional das Vacinas das Cidades Brasileiras, o Conectar, em que o prefeito da cidade, Gustavo Mendanha, é vice-presidente. “Inicialmente, há uma busca pela doação de vacinas dos Estados Unidos, do excedente de vacinas que eles têm e, em seguida, a compra de vacinas”.

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O secretário afirmou que o consórcio, no momento, faz contatos diplomáticos e que já falaram com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, além de contar com o apoio da secretária de Relações Internacionais de São Paulo, Marta Suplicy, que faz parte do consórcio, e dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente.

A outra situação para a aquisição de vacinas ocorre entre negociações diretas entre a prefeitura, embaixadores e/ou laboratórios. André relatou que reuniões foram feitas nas últimas semanas com os embaixadores da Índia no Brasil, pela vacina AstraZeneca e, também, da Rússia, pela Sputnik V, além de um contato com a diretoria da Janssen.

“A compra direta dessas vacinas está muito complicada. A Janssen disse que só vai vender para o governo federal e os embaixadores da Rússia e da China disseram que podem vender, mas não tem uma previsão de datas”, contou.

Sobre a possibilidade de comprar as doses e ter que entregá-las ao Governo Federal, pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), o secretário deixou claro que a ideia é vacinar os moradores de Aparecida e afirmou que tem uma equipe preparada para defender essa tese judicialmente, se necessário.

“Nós estamos com dinheiro em caixa, reservado, tanto que nós vamos comprar as vacinas com recursos próprios do município e não com recursos do governo federal. Nós estamos preparados para comprar doses para vacinar 100% da nossa população”, afirmou André, que ainda disse que a cidade reservou cerca de R$ 60 milhões para a aquisição do imunizante.

Aparecida de Goiânia está vacinando pessoas acima de 64 anos ou mais e, segundo, André, há um planejamento para ampliar este grupo. “A gente tem uma capacidade operacional de fazer uma vacinação de até 8 mil pessoas por dia. Hoje nós estamos vacinando em torno de 3.500 pessoas. Agora, nós dependemos da vacina do governo federal”.

Gastos com a pandemia

O secretário afirmou que os recursos financeiros enviados pelo governo federal em 2020 ajudaram no combate à Covid-19, por exemplo, possibilitando a abertura de novos leitos de UTI na cidade. Porém, neste ano, o município tem arcado sozinho com os custos, como por exemplo, para manter os hospitais abertos. “Só para citar um dado, nós estamos gastando, aproximadamente, com testes PCR para a população, mais de R$ 5 milhões por mês”.

André contou que uma frente nacional de municípios discute com o governo federal para buscar alternativas, mas que não tem obtido resultado. “O governo federal diz que não há dinheiro e que para que ele possa fazer isso, vai estourar o teto de gastos e, consequentemente, cometer um crime de responsabilidade, que ele não está disposto a fazer. Mas continuamos pressionando”.