(Foto: Reprodução/Sagres TV)
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia registrou entre janeiro de 2007 e novembro de 2019, 826 casos de Aids e 1208 de HIV. Este ano, o número de notificações já chegam a 47 de Aids e 214 de HIV na cidade. Os números no município acompanham os dados nacionais, ao contrário do resto do mundo o Brasil registrou aumento de 7% no número de casos de infecções pelo HIV nos últimos oito anos, segundo informação da Agência da Organização das Nações Unidas para o assunto, a Unaids.
O Programa de Atenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Aids e Hepatites Virais é responsável pelo atendimento dessas pessoas em Aparecida. “É muito importante fazer a diferenciação de HIV e Aids. HIV é o vírus e a Aids é a doença, a causadora. A Aids é o agravo da infecção pelo vírus HIV não tratado e é importante a gente sempre saber disso para entendermos melhor quando nós falamos dos dados”, diz a Coodenadora do Programa IST, HIV, Aids e Hepatites virais / SMS Aparecida de Goiânia, Ana Paula Vieira de Deus.
Para a coordenadora, há uma percepção nas pessaos de que a doença está longe delas e isso acaba colocando muitas pessoas em situação de vulnerabilidade. “Estima-se que as pessoas ainda acreditam que o HIV está muito distante da sua realidade, ainda é uma doença do outro, muito distante da minha família, da minha casa, ainda existe uma percepção muito errada. Qualquer pessoa está exposta a ter, desde que não use preservativo”.
Ana Paula disse que o vírus que não tem grupos e apontou a disponibilidade do teste rápido como diagnóstico como fator de aumneto nas notificações no SINAN. A coordenadora explicou que em muitos casos a aids não é responsável direta pelas mortes de pessoas que contraíram o vírus. “ As células de defesa podem ocasionar as doenças oportunistas, geralmente tuberculose, meningite entre outras. O vírus do HIV ele destrói células de defesa. O que mata são as doenças oportunistas na maioria das vezes, o HIV é um vírus”, disse.
O aumento de casos em Aparecida chamou muita atenção. Segundo Ana Paula, foi observado um aumento maior entre jovens, principalmente de 15 a 20 anos. Qualquer pessoa que já iniciou a vida sexual pode procurar uma das Unidades Básicas de Saúde do município e fazer o teste rápido, pelo menos uma vez ao ano. Ana Paula ressaltou que o tratamento é iniciado imediatamente. A coordenadora destacou o Serviço de Assistência Especializado (SAE), que é um ambulatório especializado para esse tipo de atendimento e o ônibus que é o Centro de Testagem e Aconselhamento Itinerante (CTAi), que realiza o teste em algumas regiões.
Ana Paula contou que o tratamento é eficaz e falou sobre o tratamento em Aparecida. “Todos os pacientes com HIV e Aids do município eles são atendidos no serviço de assistência especializada, no SAE. Todos esses pacientes já estão em tratamento medicamentoso. O medicamento é muito eficaz e em menos de seis meses, essas pessoas já conseguem ter carga viral, que é a quantidade de vírus no organismo num valor indetectável. E isso oferta para essa pessoa uma condição de vida semelhante a quem não tem”.
Para a coordenadora do Programa, é preciso falar em prevenção, mas também é necessário arrumar estratégias para alertar a população do risco que todos estão expostos. ” O que o que falta ainda é esse sentimento de que eu também posso estar exposta. As vezes acha que é do outro, hoje não usamos mais esse conceito de grupo de risco. Hoje usamos o conceito de vulnerabilidade. Todas as pessoas têm graus diferentes de vulnerabilidade”.
Confira a entrevista completa no Sinal Aberto desta segunda-feira
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