A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP-28, começa na próxima quinta-feira (30) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. No evento, o presiente Luiz Inácio Lula da Silva apresentará um programa de recuperação e conversão, sem desmatamento, de pastagens degradadas. Foi o que anunciou o governo federal nesta quinta-feira (23). Ademais, nesta semana, o mandatário disse que o Brasil é o “bola da vez” na conferência internacional.

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Nesse sentido, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Roberto Perosa, disse que o objetivo do programa é aumentar as áreas agricultáveis no país por meio do resgate de terras que sofreram danos ambientais e estão improdutivas.

“Nós realizamos um estudo e detectamos cerca de 160 milhões de hectares em áreas de pastagens. Desses, cerca 40 milhões estão em áreas de pastagens degradadas, com alta aptidão para a agricultura. Então, com algum investimento no solo, essa terra pode ser convertida para área agricultável”, disse Perosa em entrevista coletiva com a imprensa internacional.

Além disso, em 10 anos, o governo pretende investir US$ 120 bilhões (R$ 587 bilhões, na cotação atual) e expandir a área agrícola brasileira de 65 para 105 milhões de hectares, sem desmatar.

“Vamos fazer a expansão sem derrubar nenhuma árvore. São áreas antropizadas [alteradas pela ação humana], mas com um determinado nível de degradação por conta de gestões não otimizadas pelos produtores rurais”, explicou Perosa.

Segundo o secretário, a iniciativa privada recupera atualmente cerca de 1,5 milhão de hectares por ano. Em razão disso, o governo pretende acelerar a restauração dessas áreas por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Fundo Soberano Brasileiro e do Banco do Brasil.

A ideia, conforme Perosa, é apoiar os produtores rurais, “para que eles possam fazer uma gestão mais efetiva, com o uso de bioinsumo, com rastreabilidade. Será uma grande revolução que nós teremos no campo e no interior do país”.

Desmatamento

O desmatamento na Amazônia aumentou drasticamente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que favoreceu o avanço da agricultura e da mineração na região.

No início de novembro, no entanto, o governo federal anunciou uma queda de 22,3% no desmatamento na região em doze meses até julho. Este é o melhor resultado dos quatro anos. Lula, primeiramente, prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2030.

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 13 – Ação Global Contra as Mudanças Climáticas

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