As negociações para o financiamento global da luta contra as mudanças climáticas começaram nesta quarta-feira, 13, durante a COP29, marcada pela apresentação de um novo relatório científico que ressalta a aceleração do aquecimento global.
Com representantes de quase 200 países reunidos em Baku, o objetivo é definir um valor e as responsabilidades de cada nação no financiamento climático para os próximos anos. Um rascunho atualizado do acordo, agora com 34 páginas, foi submetido à análise das partes, reunindo novas opções de financiamento.
Na COP29, um dos objetivos principais é elevar significativamente as ajudas financeiras dos países desenvolvidos para as nações mais vulneráveis aos impactos climáticos. Atualmente, a contribuição anual gira em torno de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 575 bilhões), mas as necessidades estimadas alcançam US$ 1 trilhão (aproximadamente R$ 5,75 trilhões) por ano.
O novo documento de negociação apresenta seis propostas de financiamento, todas propondo, no mínimo, a soma de US$ 1 trilhão anuais, com diferentes definições e enfoques de distribuição.
AILAC
Fontes próximas às negociações relatam que o AILAC (Aliança Independente da América Latina e do Caribe) apresentou uma proposta para alocar uma parcela específica do financiamento à região. Alternativamente, há uma proposta para garantir aos países menos desenvolvidos, especialmente africanos, uma ajuda mínima de US$ 220 bilhões.
Paralelamente à COP29, cientistas do Global Carbon Project divulgaram que as emissões globais de CO₂ alcançarão um novo recorde neste ano, principalmente devido à queima de carvão, petróleo e gás. A pesquisa indica a necessidade de atingir zero emissões líquidas de CO₂ até a década de 2030, para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C em relação ao final do século XIX, muito antes da meta de 2050 almejada por diversas nações.
O evento também atraiu menos líderes mundiais em comparação com edições anteriores, reforçando um clima mais cauteloso após a recente vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Enquanto isso, os Estados Unidos anunciam um compromisso de triplicar sua capacidade nuclear até 2050, demonstrando a importância de diversificar as fontes energéticas.
A COP29 é vista como uma oportunidade decisiva para definir o futuro do financiamento climático global e para avançar nas estratégias de mitigação das mudanças climáticas.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima