O delegado José Luis Martins prestou depoimento à CPI do Cachoeira na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (19). Ele é investigado pela Polícia Federal na operação Monte Carlo e o primeiro relatório da PF aponta que o delegado receberia propina mensal de R$ 5 mil de Cachoeira para, supostamente, acobertar e não investigar o grupo que explorava os jogos ilegais.

José Luis Martins foi o delegado titular, entre os anos de 2004 e 2011, do 1º Distrito Policial de Águas Lindas, cidade onde a investigação do Ministério Público de Goiás começou. O inquérito local cresceu e resultou na operação Monte Carlo.

As perguntas mais incisivas foram feitas pelo relator da CPI, deputado Tales Barreto, do PTB, principalmente sobre a atuação do delegado na cidade. Ele negou:

“Não existe qualquer ação ou omissão nossa diretamente relacionada a essas pessoas, ou de qualquer subordinado”, afirmou, ao responder o petebista.

Durante o depoimento, o delegado negou ainda que tenha conhecido o contraventor Carlinhos Cachoeira.

O deputado Mauro Rubem, do PT, questionou se o delegado José Luis Martins chefiou alguma operação de combate aos jogos ilegais no entorno do Distrito federal e se alguma máquina caça níquel teria sido apreendida. A resposta foi afirmativa.

“Chegamos ao ponto de ter dificuldade para alojar esse material, porque a apreensão é feita e as máquinas ficam sob responsabilidade da Polícia Civil”, argumentou.

O delegado José Luís Martins está afastado desde janeiro deste, pouco antes da deflagração da operação Monte Carlo.