O Sindicato dos Docentes da Universidade Federal de Goiás (Adufg-Sindicato) anunciou que o início da greve dos professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) será na próxima terça-feira, 7. O Adufg-Sindicato informou que protocolou o ofício que comunica a paralisação à Reitoria da UFG na manhã de quinta-feira, 2.
A diretoria do sindicato deflagrou a greve por tempo indeterminado na última terça-feira (30), após o resultado do plebiscito eletrônico realizado entre os dias 25 e 30 de abril. O resultado apontou que 657 docentes (49,62%) votaram a favor da greve.
Mas apesar de aderir à greve nacional dos servidores federais da educação, o Adufg-Sindicato ressaltou sua autonomia nas decisões referentes às federais de do estado de Goiás. “Importante ressaltar que o Adufg-Sindicato é o representante da categoria definido e explicitado em registro no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)”, disse em nota.
A informação retoma a posição da universidade do dia 15 de abril, quando ao menos 52 universidades entraram na greve conforme aprovado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Na ocasião, então, a UFG anunciou que decidiria internamente por ser “ entidade sindical autônoma e não uma seção sindical”.
Decisão apertada
O resultado do plebiscito mostrou que a greve nacional não é unânime dentro da UFG, pois 657 docentes (49,62%) votaram a favor da greve e outros 652 (49,24%) foram contrários. Além de 15 abstenções. Rosana Borges é professora da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC/UFG) e registrou um dos votos contrários à paralisação. Mesmo assim, a docente ressaltou seu respeito ao sindicato.
“Embora eu tenha votado contra a greve neste momento, a maioria decidiu pela greve e eu respeito a democracia e o estatuto do Adufg-Sindicato”, afirmou.
O sindicato é o responsável pela mobilização da greve e informou à Reitoria o descontentamento dos docentes com a falta de avanço nas negociações com o Governo Federal. Além disso, o Adufg-Sindicato informou que pediu uma reunião com a Reitoria da universidade para ajustar o que irá continuar em funcionamento durante a greve.
O que se sabe
Servidores federais da educação estão em greve há mais de um mês e continuam com as paralisações em todo o país. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) já anunciou proposta de 9% a partir de janeiro de 2025 para a reestruturação de carreira dos técnico-administrativos (TAE). Entretanto, o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) classificou a proposta como “irrisória e decepcionante”.
Os técnico-administrativos pararam em 11 de março. Desde então, deram início ao movimento de greve geral que inclui agora as escolas federais da educação básica e os institutos federais de ensino técnico e profissional. Além de adesão das universidades federais de ensino superior.
A greve dos servidores federais da educação tem várias frentes de reivindicações, sendo uma das principais a reestruturação de carreira para os Técnico-Administrativos da Educação. No caso do Adufg-Sindicato, os professores seguem a pauta da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), entidade à qual é filiado.
A principal reivindicação da Proifes-Federação é o reajuste salarial de 3,5% em 2024, 9,5% em 2025 e 4% em 2026. A entidade pede ainda a reestruturação das carreiras do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). Assim, o Adufg-Sindicato espera uma resposta à contraproposta que a Proifes-Federação apresentou ao Governo Federal na última terça-feira (30).
Técnico-administrativos
Os técnico-administrativos estão em greve há 44 dias e o Sinasefe marca 20 dias de paralisação dos professores da educação básica federal nesta terça-feira (23). De acordo com o Comando Nacional de Greve do Sinasefe, profissionais de 70 seções sindicais aderiram à greve.
O sindicato já contabiliza adesão de 519 unidades da Rede Federal de Educação nos 26 estados e no Distrito Federal. Confira a tabela com todas as instituições no site do sindicato. Entre as universidades há casos e casos, pois nem todas aderiram à greve no dia 15 de abril.
Mas a Associação dos Docentes (Aduff-SSind) da Universidade Federal Fluminense (UFF) realizou assembleias simultâneas nas sete cidades em que está presente no dia 18 de abril, três dias depois. E assim aprovou adesão dos professores à greve nacional das instituições federais de ensino superior a partir de 29 de abril.
Além de uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, os servidores pedem também reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes; a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro”; bem como a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
Leia também: